Na gestão Bolsonaro, o MEC sumiu e deixou o Todos Pela Educação de lado. Agora, o Todos pode ser ouvido novamente, mas não para falar mal do presidente passado e sim para fazer o que é necessário. Chega de criticar os outros, é preciso criar a esperança necessária para a educação salvar o Brasil, já!
O Todos pela Educação é uma organização da sociedade civil com um único objetivo: mudar para valer a qualidade da Educação Básica no Brasil. Sem fins lucrativos, não governamental e sem ligação com partidos políticos, o Todos é financiado por recursos privados, não recebendo nenhum tipo de verba pública. Isso garante a independência necessária para desafiar o que precisa ser desafiado e mudar o que precisa ser mudado.
Uma encruzilhada é a reforma do Ensino Médio. Temos uma lei sobre o assunto. Aprovada, sob a alcunha de novo Ensino Médio, essa mudança começou a ser implementada no início de 2022 com o objetivo de tornar o ensino mais atrativo para os jovens e reduzir a evasão escolar. Está longe de ser uma solução perfeita. Porém, é hora de fazer em vez de criticar.
Além disso, temos que criar o ensino da prática para os Nem, Nem, Nem (aqueles que nem estudam, nem trabalham e nem estão procurando emprego), que já somam 13 milhões.
Em todos os países que valem a pena considerar, não existe um ensino único que funcione para todos os estudantes. E mesmo os países mais avançados oferecem ensino instrumental e prático, como é o caso da Alemanha, onde o ensino profissionalizante é reconhecido como um dos mais bem estruturados do mundo.
Nesse nível escolar, muitos países oferecem bifurcações ou disciplinas a serem escolhidas, permitindo optar por áreas do conhecimento mais afins às preferências de cada um. Como, desde os anos noventa, tínhamos um currículo fixo e único, os nossos oráculos deviam achar que os outros países estavam equivocados e apenas o Brasil certo. Agora não é hora de gastar tempo, mas de fazer acontecer.
Essa impossibilidade de escolhas agrava a chatice dos cursos; tinha que estudar química quem gostava de literatura, e filosofia quem queria ser físico. Será que com essas exigências não deixamos de olhar para a habilidade e interesses de cada um?
Ao adotar um sistema em que se permite escolhas, o Brasil se alinha novamente aos padrões mundiais. Aconteça o que acontecer, não faz o menor sentido voltar atrás nessa mudança.
O motivo de estar debatendo sobre o assunto é a urgência que precisamos colocar nesses temas. Cada lugar tem sua vocação e uma realidade diferente. Não se pode diversificar em uma cidade de cinco mil habitantes no mesmo grau que em uma megalópole. E não é fácil integrar o ensino técnico ao primeiro emprego.
Para isso são utilíssimas reuniões de decisão e ação. E, nestes casos, o Todos Pela Educação pode ajudar se propuser algo que seja aplicado imediatamente. Afinal, precisamos de uma educação que acolha a todos, vocês concordam?
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social.