Minha querida leitora, meu caro leitor, cá estamos hoje para refletirmos juntos sobre o dia 14 de Fevereiro, data dedicada ao amor, muito conhecida nos Estados Unidos e na Europa como o dia de São Valentim, um bispo que foi decapitado por celebrar casamentos em uma época de guerras no século III, época essa em que o imperador acreditava que soldados solteiros e sem apegos tinham melhor desempenho na guerra. O amor é um assunto que demandaria muita calma e tempo para ser refletido, mas irei aqui expor alguns pensadores e teorias sobre o amor, peço que me acompanhe, por favor, por amor.
A palavra amor advém de pathos, patologia, desde a antiguidade era conhecida como sendo a “doença da alma”, como se ela trouxesse mais dor e sofrimento do que alegrias para quem dela provasse.
Desde a Grécia Antiga nos deparamos com três visões de amor que até hoje se fazem presentes. Temos a definição de amor segundo Platão como sendo o desejo por aquilo que ainda não se tem, e até hoje se faz presente no universo do marketing, nos fazendo querer o que ainda não temos, sempre mais e mais… Aristóteles, outro grande nome da filosofia expôs que amor é philia, ou seja, um amor de amizade e o mais famoso é o ágape, o amor cristão, aquele amor de doação, que não espera nada em troca.
Ultimamente andamos nos deparando com aplicativos e redes sociais que fazem do amor uma escolha simples e banal, onde você expõe uma foto sua e avalia foto de pessoas que por ventura possam vir a lhe interessar passando com rapidez, tal como alguém que escolhe algo num cardápio. O amor de hoje em dia é líquido, definição essa de um grande sociólogo chamado Bauman, segundo ele é líquido, pois escorre pelas mãos num curto espaço de tempo. Vivemos épocas em que relacionamentos não duram meses, podendo ser inclusive sinônimo de fuga ma hora de assumir a responsabilidade de se parar e dialogar com seu par.
Freud, pai da psicanálise, vê o amor como sendo uma pulsão narcísica, advinda do mito de Narciso, este sendo um belo rapaz que de tanto se olhar num rio, nele cai e morre afogado. É como se o amor segundo Freud fosse uma projeção de si no outro, projeção essa que enxerga no outro 100% da personalidade que você tem e é hoje, ou projeta no outro o que você gostaria que ele fosse para lhe satisfazer (e isso é um perigo, pois o convívio mostra a realidade e com ela vêm as brigas e a decepções).
Há ainda uma famosa teoria chinesa que é a do Yin Yang, teoria dos opostos que se atraem e se completam. O que você acha disso? Como você acredita poder definir o amor no seu modo de ver, a partir das suas experiências de vida? Ah, não podemos deixar de citar outro grande pensador, Pascal, que nos alerta para com a dependência do excesso de apego, do ciúme exagerado, é como se ele nos sugere-se o seguinte: “Não se apoie em ninguém, pois se lhe soltarem você cai!”.
Há quem enxergue no amor um complemento, tal como um copo meio cheio e que se enche até a boca, mas se acaso a pessoa amada se vá o copo volta a ficar pela metade. Há quem enxergue o amor primeiro como sendo o amor próprio esperando que a outra pessoa venha para transbordar o seu copo que já esteja cheio. Há quem enxergue no amor um objeto de segurança, há quem busque nele aventura, há quem nele busque reciprocidade…
Amor, como você interpreta tal palavra na prática, no seu cotidiano, na sua vida?
As interpretações são muitas, as visões são várias, mas qual a sua? O que é amar pra você? Eu aqui fiz o papel de apresentar à você algumas teorias a respeito do amor, não espere que elas sejam verdades absolutas, nem espere que eu possua a definição perfeita e incontestável, ah, tenha cautela ao aceitar definições que gurus de internet venham lhe impor, pois no final, a resposta é sua, 100% sua! Feliz dia do amor.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)