Campinas é uma cidade que se torna lar de muitas pessoas que vêm de longe em busca de uma oportunidade de vida de melhor, de mudança de uma realidade, muitas vezes, difícil. Uma dessas pessoas é Douglas Holanda, que chegou ao Movimento LGBT com um objetivo específico: conseguir um lugar para a arte do namorado, mas se encantou com algo mais profundo e se tornou o presidente da Parada LGBT de Campinas.
O profissional de Recursos Humanos e palestrante veio com a família do Ceará para Campinas quando tinha apenas 3 anos. A chegada ao Movimento LGBT aconteceu entre 2007 e 2008.
“Eu comecei a me envolver porque meu namorado era drag queen e para ter palco na Parada precisava frequentar as reuniões. Então, eu fui para o movimento pensando exclusivamente, nesse primeiro momento, em palco”, conta.
Contudo, não demorou para o olhar mudar e Douglas Holanda entender que havia algo mais profundo. “Quando eu cheguei lá e comecei a frequentar, eu entendi que aquilo ali tinha um outro processo que eu me encantei, que é o movimento social, que é a militância. E eu não queria mais fazer parte só para conseguir palco para o meu namorado, hoje meu marido. Eu comecei a me informar, a entender o quanto eu podia contribuir com aquilo, qual o processo, e comecei a me envolver, aprender e eu estou aí até hoje”, explica.
Para o líder da Parada, Campinas ainda não respeita integralmente a diversidade, tendo casos de violências contra a população LGBT, principalmente casos de transfobia.
“A gente está em um processo de conquistas, mas a gente ainda tem muito para caminhar e conquistar. Eu acredito muito que o que Campinas, o país inteiro e o mundo podem fazer para que as pessoas LGBT vivam em um mundo melhor é respeitar, ter tolerância. Quando a gente começar a exercitar isso, sem dúvida a gente vai deixar de ter muitos problemas, não só para a população LGBT”, avalia.
Por conta disso, Douglas Holanda avalia que a Parada continua sendo necessária ainda hoje.
“Parada para mim é busca por direitos, por isso que é tão importante, necessária. Eu me tornei o presidente da Parada em 2016, quando a gente tinha algumas questões político-partidárias, e também por todas as cobranças que a Prefeitura fazia de que a associação fosse de fato uma ONG fundada, de acordo com as leis que o país determina”, explica.
Ainda que tenha problemas e a necessidade de avanços em algumas áreas, ele é apaixonado pela cidade.
“A minha relação Campinas, eu brinco sempre que eu amo viajar, mas eu amo retornar. Campinas é a minha cidade. Eu não nasci aqui, mas eu sou filho de Campinas. Campinas é hoje meu porto seguro. Desejo que a gente evolua, que questões tão sérias passem a ser questões dispensáveis, que a gente aprenda a respeitar mais a todas as pessoas e que a gente permaneça evoluindo enquanto cidade para que a gente seja uma cidade melhor, mais inclusiva”, conclui.
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