Muitas coisas são importantes em nossa vida, mas tudo passa. Passam os momentos bons e os tristes. Tudo tem o seu tempo e nada podemos fazer para impedir nem os altos e os baixos, muito menos o fim. Nem devemos desejar que a vida seja eterna, pois não aguentaríamos.
Imagino que minha serendipity, ou seja, as milhares de obras do acaso de que a minha vida foi fruto e ainda é, se dá por pensar muito nos outros.
Mas muitos diriam, só nos outros? É claro que todos nós temos de nos cuidar também, mas quando colocamos como único interesse a nossa vida nós nos apequenamos ao ponto de nada valermos. É preciso pensar nos outros para podermos valer alguma coisa.
Essa é uma visão de mundo quase-perfeito. Infelizmente, muitas situações deixam perplexos aqueles que compartilham essa visão comigo, como as situações que vivemos hoje com essas guerras tristes e cruéis.
Se devemos ajudar o Deus que nos deu a vida, devemos ajudar a todos a quem ele também deu a vida. E, em primeiro lugar, ajudar os que receberam muito menos do que nós para começar.
Pensar no outro deve estar na raiz de tudo o que fazemos. Se somente pensarmos em nós mesmos, a vida fica pobre, vazia de sentido e significado. Já, quando fazemos o bem maior, cada acontecimento ganha um significado novo e nada se perde.
Nem passado, presente ou futuro nos pertencem, pois somos todos frutos de imagens que vimos ou imaginamos ter visto, e que podem ser inverdades. No futuro, tudo será lançado em uma só realidade: a nossa missão para com todos os filhos, netos e bisnetos. Essa é a verdadeira missão nossa na Terra. Cuidar do próximo em várias dimensões, os que estão ao nosso lado e os que estão em nosso futuro.
Estragar o planeta pela ganância é uma burrice, pois faz com que deixemos um mundo pior para nossos descendentes, e quando eles souberem que fizemos tudo errado, que destruímos seu mundo, nos odiarão. Bem como é o cuidado para um mundo que não é nosso, o que sentirá Deus ao ver sua obra jogada fora? Quem nos perdoará?
Se fizermos o certo, ainda iremos enfrentar muita gente que não entende e nem quer entender o nosso verdadeiro papel nesta Terra. Mas se mostrarmos que cada ato de amor realizado em vida foi feito para que todos, os nossos filhos, os filhos de nossos filhos e assim por diante, tenham um mundo melhor, eles sempre se lembrarão da nossa vontade e verdade.
E, na Verdade, tudo será iluminado por uma luz que vem de todos os lados e clareia a nossa visão da vida. Essa eternidade da Verdade e de sua luz está contida no momento presente vivido com amor real e enraizado inteiramente no pensamento sobre os outros.
A empatia é a única fonte real de alegria.
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social.