Aos poucos, o País vai saindo do atoleiro e reagindo economicamente. Isso não acontece em todos os segmentos, mas já é possivel perceber, paulatinamente, que há mais chances de emprego depois da tempestade econômica provocada pela pandemia da Covid-19. Considerando a População Economicamente Ativa (PEA), de 771.567 pessoas em Campinas, para uma população de 1,2 milhão de habitantes, o índice de desemprego hoje oscila próximo a 9,5%. Ou seja, aproximdamente 74 mil pessoas na cidade estão desempregadas.
Das 700 mil pessoas empregadas na cidade, 325 mil contam com carteira assinada. Há, portanto, uma multidão na informalidade.
A campineira Karine Camuci poderia ser uma dessas milhares de pessoas na informalidade após a sua demissão. Em suas páginas profissionais da internet, ela narra a sua história: “Fui demitida em março de 2020. Não importa quando você está lendo isso, mas provavelmente você também foi impactado pela pandemia. Sou formada em Administração de Empresas, e desenvolvi minha carreira na área de compras em empresas multinacionais do setor automotivo. Em seis anos fui de estagiária a compradora sênior, e quando fui demitida precisei aprender a procurar emprego”, recorda-se.
E continua: “Quatro meses depois eu tinha três propostas de trabalho para escolher. Durante essa jornada comecei a compartilhar e divulgar minhas experiências testadas e todas as coisas novas que estava aprendendo. Rapidamente muitas pessoas começaram a me pedir auxílio, e então passei a realizar serviços de consultoria com atendimento individual. Hoje me dedico 100% a esse propósito”, revela.
Ou seja, de desempregada provisoriamente, a campineira tornou-se empreendedora.
Karine abriu a consultoria Você Empregado, cujo foco é a recolocação profissional. O serviço conta com curso on-line, guia e orientação. Foi exatamente o choque da demissão que fez a profissional achar um rumo na carreira. No ambiente corporativo, ela fez uma limonada de apenas um limão. Ou, utilizando outro recurso de linguagem, ela transformou sua crise em oportunidade.
Naquele momento, no início da pandemia, viu-se obrigada a estudar para entender a lógica dos processos seletivos. “Eu precisava de algumas respostas: por que alguns currículos recebem feedbacks e outros não? Ter um perfil atrativo no Linkedin traz oportunidades de verdade? O que recrutadores e gestores esperam dos candidatos em entrevistas de emprego?”, questionou-se.
Após estudar, pesquisar e colocar em prática o que aprendeu, em apenas três meses Camuci havia participado de oito processos seletivos que resultaram em três propostas de trabalho. “Pude escolher até em qual empresa queria trabalhar. E, melhor: ganhando o mesmo salário de quando fui demitida”, recorda.
Durante o processo de recolocação profissional, Karine percebeu que os conhecimentos adquiridos em sua jornada poderiam ajudar outras pessoas. A administradora compartilhou, então, a própria experiência com conhecidos.
“Comecei a prestar atendimento para pessoas que estavam procurando emprego, além de continuar estudando, fazendo mentorias e aplicando tudo o que aprendi. O boca a boca começou a crescer, assim como os atendimentos e a lista de clientes. Meu método estava consolidado, testado e aprovado por dezenas de pessoas. Foi então que decidi pedir demissão do novo emprego para focar na Você Empregado. Hoje, me dedico 100% a esse propósito”, explica Karine Camuci, referindo-se à consultoria que fundou.