Na contramão das ações da Prefeitura, que intensificou as podas e extrações de árvores em Campinas nos últimos meses, um grupo de ambientalistas realizará plantio de mudas na manhã deste sábado (11).
A ação vai acontecer na praça da Avenida Dr. Celso da Silveira Rezende, na área conhecida como Marginal do Piçarrão, a partir das 8h30, e será uma forma de protesto ao corte de mais de 230 árvores na cidade em um período de dois meses.
“Iremos plantar mudas nativas frutíferas, como pitanga, amora, uvaia e cereja do Norte”, diz Paulinho Olivieri, integrante do coletivo SOS Piçarrão, grupo responsável pelo plantio. “Vamos devolver a flora para o local”, destaca. “É uma forma de protesto e de demonstração de que é possível aliar desenvolvimento e respeito ao meio ambiente.”
O espaço onde será realizado o plantio foi centro de uma polêmica em 2021. Na ocasião, ambientalistas acionaram a Prefeitura judicialmente após a remoção de um conjunto de árvores para a construção de uma ciclovia no local. Por meio de uma liminar, a Justiça proibiu novas extrações em toda a extensão marginal da via. “É uma área simbólica e protegida. Um local estratégico”, destaca representantes da ONG.
Morte no Taquaral
Desde a morte da menina Isabela Firmino Tiburcio, vítima da queda de um eucalipto na Lagoa do Taquaral, no dia 24 de janeiro, a Prefeitura intensificou as podas e extrações de árvores na cidade.
Ambientalistas argumentam que as ações ocorrem sem critérios. Por outro lado, a secretaria de Serviços Públicos, responsável pelas remoções, alega estar amparada por laudos.
Após a tragédia na Lagoa do Taquaral, os 25 parques de Campinas foram fechados ao público para avaliação e estudo das condições das árvores. Atualmente, 14 seguem interditados.
A Lagoa do Taquaral, de onde 181 árvores foram removidas nos últimos dias, deve ser reaberto em 15 dias, assim como a Pedreira do Chapadão.
A previsão é de que os demais tenham o acesso liberado no final de maio.