Uma semana de festividades e de sentidos a elas atribuídas, seja de forma individual, seja por alguma bolha imposta, assim são as celebrações do Natal e do Ano Novo, para você minha querida leitora, meu caro leitor: todo ano é igual? Todo ano o protocolo se repete? Você gosta de tais festividades? Vamos juntos refletir sobre essa temática comigo? Ótimo, acompanhe-me, por favor.
Para você qual o real sentido do Natal? Bens materiais associados aos presentes natalinos e ao Papai Noel? Se espelhar no gesto caridoso e de amor sem expectativas de retorno que o bom velhinho exerce? Ou estaria ele associado ao nascimento de Jesus? Que também pode estar associado, ao amor, à esperança, a empatia dentre tantos outros adjetivos que, em algum momento podem convergir entre Ele e as práticas do Noel?!
Natal, época em que a família passa unida e feliz, ambiente onde todos adoram estar com todas as pessoas que ali estão… (pelo menos é o que é expresso nas postagens em redes sociais).
Em um prazo de uma semana nos deparamos com a virada do ano, seria como que o término de uma temporada, certas pessoas pegam férias, de escola, universidades, férias coletivas da empresa, outros nem férias têm, muito pelo contrário, trabalham dobrado nessa época… É outra data festiva na qual o clima é de sorriso, de vitória, de superação e de se extravasar as emoções… A felicidade, nos dias de hoje, precisa, repito enfatizando: precisa ser exposta! Sentir-se feliz na virada de ano só é válido se você postar a praia em que está; as taças de bebidas que segura em suas mãos, as crenças da roupa branca, pular as ondas…
Enfim, às vezes me pergunto se a graduação em filosofia me estragou, pois confesso que essa parte midiática, de personagens fictícios não me atrai em nada, em nada me seduz ou me oferece prazer, concordo sim que é um final de temporada na qual você tem a oportunidade de parar algum tempo (dias, horas, minutos, segundos) para analisar tudo o que passou no ano que está terminando.
Na filosofia, o grande nome da Grécia foi Sócrates, ele criou e defendia o chamado “ócio criativo” que, traduzindo didaticamente à você que aqui comigo está refletindo, seria como que: parar as atividades que exercemos de modo automático, respirar e analisar os fatos que vivenciamos, “colocar as cartas na mesa” para que fique mais claro as experiências, os momentos de superação, nos quais você encontrou forças sei lá de onde, os momentos em que seus “amigos” lhe abandonaram, que estranhos lhe ajudaram, que superou doenças, que superou traumas, que desenvolveu traumas, que foi diagnosticado com alguma doença…
O ócio criativo é aquele instante em que, a partir do momento em que você se depara com os fatos e experiências, você pode tirar suas próprias conclusões e fazer algumas mudanças pessoas. Isso nem sempre é prazeroso, principalmente quando ao olhar para trás envolve tocar em feridas emocionais que chegam a se tornarem atemporais (um trauma de dez meses registrado pelo fato em si, se recordado hoje, ainda dó tanto quanto ou mais do que no exato momento em que o fato ocorreu).
Isso mesmo, mudanças pessoais. Pense comigo: se um local que você está sentado em alguma praça não está confortável, levante-se e vá buscar outro, em uma sombra, perto de um lago, sem pessoas falando alto… Na vida como um todo isso não é diferente: reclamar e não mudar chega a ser estupidez! Faça o que está ao seu alcance para mudar, não se vitimize e continue na mesmice, busque maneiras e estratégias, que estejam ao seu controle, para que o ano que se inicia lhe proporcione novos e prazerosos resultados.
Nossa reflexão de hoje trata-se de uma provocação, típico da filosofia, pois uma das coisas que mais me incomoda em épocas festivas, como Natal, Ano Novo, Carnaval é que, a maioria das pessoas esperam ansiosamente por tais datas para encará-las como fuga! Épocas festivas anestésicas, nas quais, por algumas horas, alguns dias, você não sente dor, mas a sua vida, literalmente sua, no singular, está lá lhe aguardando de braços abertos.
E aí, após nossa reflexão juntos, o que você conclui? Eu não tenho respostas e dicas nenhuma, ao contrário dos gurus da autoajuda, deixo à você minha querida leitora, meu caro leitor, essa responsabilidade angustiante e desafiadora de como encarar seus próximos dias, meses, anos, de como gerir sua vida, não minha, nem de mais ninguém, única e exclusivamente sua. Um grande abraço!
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial