Conhece aquele provérbio que diz: “Para educar uma criança é necessário uma aldeia”? Pois ele esteve presente na vida de pelo menos 30 mulheres e seus filhos que participaram da oficina A Arte de Bordar pelo Brasil.
Idealizado e ministrado pela renomada designer de bordado Fernanda Nadal, que esteve em Campinas na semana passada e ministrará o mesmo curso em Indaiatuba, na Casa da Fraternidade, para outras 30 mulheres a partir de segunda-feira.
Enquanto Fernanda ensinava pontos de bordado, as mulheres se revezavam para cuidar dos bebês e das crianças pequenas que acompanhavam as mães. E, enquanto suas alunas praticavam a técnica, Fernanda ajudava a cuidar dos pequenos.
“Esse acolhimento e cuidado com todos é bem comum durante o curso. É bonito ver que todas se envolvem em cuidar e ajudar a outra nas dificuldades”, conta.
Fernanda espera que essas mulheres consigam colocar o desejo que nasceu no curso em prática. “Elas pretendem se associar como um grupo de bordadeiras, então, acredito que a semente que plantamos poderá render bons frutos”, diz.
Esse fio invisível de união aproximou as vizinhas de onde o projeto foi realizado, próximo do aeroporto de Campinas, e mulheres que vieram de outros bairros para participar.
Durante cinco dias Fernanda capacitou mulheres a olharem para fios, tecidos e pedrarias como uma profissão. Mesmo quem nunca havia tido contato com o bordado conseguiu aprender bastante.
“Observei muitas pessoas talentosas e espero que esse projeto as impulsione a seguir em frente. Existe bastante procura por bordadeiras no mercado”, conta Fernanda.
O projeto A Arte de Bordar pelo Brasil, é financiado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e tem o patrocínio da empresa John Deere.
Sementes que podem gerar bons frutos
Se depender da empolgação de Suelen Oliveira dos Santos, 30 anos, e mãe da mascote da turma, a pequena Lorena Eloá Oliveira Macedo de 3 meses, a técnica de bordado entrará de vez na sua vida. “Eu me encantei com tudo que aprendi e pretendo trabalhar com isso. Seria uma boa oportunidade para trabalhar em casa e ficar mais perto dos meus filhos”, conta.
Isabeli Vicente, 20 anos, mãe de três (Vinicius, Arthur e Miguel) também se encantou com a experiência:
“Eu não sabia bordar nada, mas consegui aprender e até me surpreendi com o resultado. Gostaria muito de seguir aprendendo mais e trabalhar com bordado”.
Durante o evento final que apresentou o resultado de cada trabalho, as mulheres ainda tiveram a oportunidade de fazer um bordado coletivo, mostrando que juntas podem ir muito mais longe!
Kátia Camargo é jornalista e se surpreendeu com os resultados do trabalho. Ao conhecer este projeto lembrou muito de uma música O Sal da Terra, de Beto Guedes, pois viu que para construir um mundo melhor precisamos de todo mundo, muito amor e muitos bordados!
https://www.youtube.com/watch?v=WwSCm5H5kh0