O governador João Doria anunciou nesta quarta-feira (8) que o Governo de São Paulo encaminhou ofício ao Ministério da Saúde solicitando que o órgão federal adote a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação para os viajantes que chegam ao Brasil.
A iniciativa é uma orientação dos especialistas do Comitê Científico da Covid-19 no Estado.
“A iniciativa é validada pelo Comitê de Saúde do Estado e é um procedimento equivalente ao que outros países têm adotado. Temos o maior porto da América Latina e o maior aeroporto da América do Sul. São Paulo é, portanto, a principal porta de entrada de estrangeiros no país. A medida foi corretamente recomendada pela Anvisa. Não há razão para o Governo Federal negar ou não avançar no passaporte vacinal, exceto se por razão política ou razão ideológica, porque razão de saúde, não há”, completou o governador.
O Estado é a principal destino dos voos domésticos e internacionais do Brasil. Com três dos aeroportos mais movimentados do país – Cumbica, Viracopos e Congonhas –, São Paulo recebe um terço dos voos caseiros e dois terços do total de voos internacionais do Brasil.
O Governo Federal é o responsável pela vigilância dos portos e aeroportos e a medida torna-se ainda mais importante diante do cenário de novas variantes, como é o caso da Ômicron (B.1.1.529), com três casos já confirmados no estado de São Paulo.
Somada a exigência da comprovação de vacinação, o Comitê Científico do Estado considera fundamental a obrigatoriedade da apresentação de teste PCR negativo válido por 48 horas ou teste antígeno negativo válido por 24 horas.
“O grande objetivo da vacinação contra Covid-19 é reduzir a mortalidade causada pelo SARS CoV-2 e, nesse sentido, a exigência de comprovação é mais uma iniciativa de controle e enfrentamento da pandemia em nosso país. Nossa expectativa é que o Governo Federal possa compreender esta necessidade evitando a entrada de novas variantes no Brasil”, destacou Paulo Menezes, Coordenador do Comitê Científico de São Paulo.
Estas recomendações já vêm sendo orientada em notas técnicas emitidas pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) com o objetivo de estabelecer uma nova política de fronteiras e de restrições, alinhada as medidas de outros países, que requerem certificados de vacinação contra COVID-19 para o ingresso em seus territórios, bem como a realização de testagens.
Gripe doação
O Governo de SP anunciou ainda que fará a doação de um total de 400 mil doses da vacina contra influenza para a Prefeitura do Rio de Janeiro. O pedido da Secretaria Municipal de Saúde foi encaminhado ontem ao Instituto Butantan.
A capital fluminense enfrenta surto de gripe e as doses doadas pelo Governo de SP vão possibilitar a retomada da campanha de vacinação.
“O Governo de SP, por meio do Instituto Butantan, vai doar, nessa semana, 400 mil doses da vacina contra a gripe para a cidade do Rio de Janeiro. O esforço tem objetivo de amenizar o surto da doença que atinge a população carioca”, destacou Doria.
As doses serão entregues ao prefeito Eduardo Paes. Ele se posicionou nas redes sociais em agradecimento. A doação está sendo realizada em razão da omissão do Governo Federal, que ignorou duas solicitações, de 150 mil e 250 mil doses, já feitas pelo município do Rio de Janeiro.
Apesar do surto de gripe enfrentado pelos cariocas, a campanha de vacinação está suspensa na cidade por falta de doses. A expectativa é de que a imunização possa ser retomada com a chegada da nova remessa do imunizante desenvolvido e produzido pelo Instituto Butantan.