Você já ouviu falar no projeto Há Esperança, do Parque Oziel, em Campinas? Trata-se de uma OSC (Organização da Sociedade Civil) que atende, aproximadamente, 200 crianças e adolescentes entre 5 e 16 anos. Por lá, as crianças participam, no contraturno escolar, de atividades como jiu-jitsu, muay thai, boxe, caratê, balé, hip-hop e aulas de música, o projeto também oferece aulas de inglês, informática e reforço escolar.
O Há Esperança, idealizado por Robson Teixeira Gondim, existe há 32 anos, mas antes trabalhava somente com pessoas com dependência química e moradores de rua.
“Quando comecei entrar nas comunidades percebi que precisava fazer alguma coisa para as crianças do Parque Oziel. Foi a partir do compartilhamento desse desejo que uma pessoa me emprestou um prédio, onde iniciei o trabalho de atividade com as crianças do bairro. No começo eram só atividades aos sábados, e, na época, o bairro já tinha 64 mil pessoas e uma média de 7 mil crianças. Estamos há 17 anos dentro do Parque Oziel e já criamos também uma biblioteca, além de uma horta comunitária em frente ao espaço”, narra Robson.
Ele conta que a biblioteca fica aberta 24 horas e que qualquer pessoa pode pegar as verduras e legumes, plantados num canteiro central, ponto de passagem para toda a população do bairro.
Robson conta ainda que no projeto, para quem já passou dos 16 anos, existem opções de cursos profissionalizantes. “Nesses cursos procuramos montar parcerias com o jovem aprendiz e com as empresas para colocar as pessoas no mercado de trabalho”, destaca. Além disso, o Há Esperança também atende as famílias e cuida da saúde alimentar da população distribuindo cesta básica, legumes, frutas, verduras.
“Boa parte da nossa equipe é formada por voluntários que realmente amam o que fazem, são agentes sociais e agentes de transformação que trabalham em benefício do próximo, doando seu tempo e conhecimento, realizando um trabalho digno de muito respeito gerado pela energia de seu impulso solidário e humano”, destaca Robson.
Ao visitar o projeto Há Esperança percebe-se que o nome casa com tudo que é realizado no espaço. E ao escutar a música E Eu, de Jesus Luhcas, é impossível não se lembrar do refrão:
E eu não sou ninguém sem você / E eu não sou ninguém sem nós dois / E eu não sou ninguém sem alguém do lado/ Sem humanidade o mundo está acabado.
Há esperança para nós enquanto existirem semeadores como o Robson.
Para conferir a música:
Kátia Camargo é jornalista e escritora – [email protected]