A Indústria regional teve aumento nos custos de produção no mês de novembro, mas descarta sofrer intercorrências por falta de energia elétrica nos próximos meses. Esses dados fazem parte da Sondagem Industrial da regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), apresentada nesta quarta-feira (1º).
De acordo com o estudo, o custo das matérias primas, componentes e peças aumentou para 76% das empresas consultadas. Já as despesas com energia, água e transporte tiveram elevação para 80% delas.
José Henrique Toledo Corrêa, vice-diretor do Ciesp-Campinas, minimizou a questão e disse que se trata de uma questão mundial. “As matérias primas subiram acima do que a gente esperava. Mas a gente vê que esse aumento de preços tem relação com a inflação mundial. A inflação não está acontecendo somente no Brasil”, pontuou.
Ele também descartou, ao menos por enquanto, o risco de um apagão por falta de energia. “A crise hídrica e o apagão não vão acontecer, pelo menos os próximos meses. Já choveu o suficiente para que alguns reservatórios tenham nível suficiente para que haja geração de energia e com isso as termelétricas serão desligadas”, afirmou.
Segundo José Henrique, mesmo que o custo da energia não caia imediatamente com o desligamento das usinas termelétricas, isso vai ocorrer gradualmente nos próximos meses.
O executivo afirmou que o desempenho das indústrias associadas mostrou que 2021 foi um ano de crescimento e curva ascendente. “O ano, apesar de todos os percalços, foi bom. Em outubro, em razão dos preços dos combustíveis, logística, possibilidade de crise hídrica e a questão da inflação, registramos uma pequena queda na atividade industrial, porém a nossa Sondagem Industrial mostra que para 2022, os empresários continuam otimistas, em relação à sua empresa e com o Brasil”, acrescentou.
Na análise dos dados da Sondagem Industrial o vice-diretor do Ciesp-Campinas mencionou que o volume de produção diminuiu em novembro em relação ao mês anterior para 20% das empresas que responderam à pesquisa. Para 44% delas permaneceu estável e para 36% aumentou. O faturamento também diminuiu para 36% das associadas, o que na avaliação de Toledo Corrêa confirma a retração apontada pela entidade a partir de outubro.
Um dado positivo apontado por ele, é que o número de funcionários em novembro permaneceu estável para 80% das associadas, em relação ao mês anterior.
Ainda sobre o emprego, José Henrique destacou que de janeiro a outubro a indústria regional ficou com saldo positivo de 9.430 vagas, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No mês de outubro, o saldo em número absoluto foi positivo com 502 empregos.
Balança Comercial Regional
O Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas divulgou os números da Balança Comercial Regional de outubro. Em outubro de 2021 o valor exportado foi de US$ 269,8 milhões – 21% maior que em outubro de 2020. Já as importações no mesmo mês foram de US$ 1,08 bilhão – 21,5% maior do que em outubro do ano passado. O saldo em outubro de 2021 foi negativo em US$ 810,7 milhões – 21,7% maior do que o registrado em outubro de 2020.
Em outubro os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem: Campinas (27,3%), Paulínia (26,7%), Sumaré (12,1%), Mogi Guaçu (7,2%) e Amparo (6,5%).
Já os municípios que mais importaram foram: Paulínia (42,3%), Campinas (21,6%), Sumaré (10,6%), Hortolândia (9,1%) e Jaguariúna (8%). O percentual do município refere a sua participação em relação ao total da Regional no Balanço Mensal.