Na última semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou mais um ponto percentual na Selic, a taxa básica de juros, que chega agora a 12,75%. É a décima alta consecutiva da taxa, que atingiu, assim, o maior nível desde janeiro de 2017. Essa elevação traz um impacto prolongado e direto sobre a economia brasileira que impõe à grande maioria das pessoas a necessidade de fazer boas escolhas para manter seu planejamento financeiro em dia, sem sobressaltos no orçamento familiar.
É importante destacar que a Selic é a taxa básica para cálculo da taxa de juros de empréstimos e outras operações. Neste momento, o ideal seria poupar ou aplicar recursos e criar uma reserva financeira para eventuais necessidades futuras, buscando aplicações em instituições sérias e sólidas e que remunerem com boas taxas.
A quinta edição do Raio X do Investidor Brasileiro, de 2022, feita pela Associação Nacional das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), mostrou que um terço dos brasileiros investe em produtos financeiros, com destaque para a classe A/B.
A poupança é a principal opção de 23% da população. Porém, surgiram novidades: as criptomoedas totalizaram 2% dos investimentos feitos no ano passado – são mais populares entre as gerações Z e Millenials – empatadas com os títulos públicos, ações e títulos privados.
O retorno do capital aplicado normalmente tem como destino a casa própria (29% da população), mas os brasileiros também pretendem manter o dinheiro guardado ou aplicado (20%) e investir em um negócio próprio (8%). Por isso é tão importante considerar quais são os seus objetivos e projetos para então buscar alternativas para taxas mais competitivas no mercado.
Nem sempre é possível esperar o momento ideal para adquirir um bem durável ou não. Caso seja necessário recorrer à tomada de crédito, a recomendação é buscar alternativas mais baratas, pesquisar condições de prazo, taxas de juros e escolher o que melhor atende ao seu orçamento.
No momento, o financiamento bancário e o crédito direto ao consumidor não são boas opções em razão do impacto direto da Selic. Mais tarde, com a concorrência de mercado, há a possibilidade de se tornarem mais atrativos, porém agora não é a melhor escolha.
Isso porque, a cada dois pontos percentuais de elevação da taxa Selic, em geral, a taxa para as linhas de financiamento sobe 1 ponto percentual. Portanto, é importante pesquisar bastante.
Com isso, uma alternativa interessante é o consórcio tanto para compra de um imóvel quanto um veículo. O consórcio é uma opção de compra programada, em que um grupo de pessoas com o mesmo interesse entra em um fundo. Você não precisa dar uma entrada e paga apenas uma taxa administrativa, que não tem impacto com a alta da taxa Selic.
A Selic mais alta faz com que os índices de correção do consórcio como o INCC (Índice Nacional de Custo de Construção) e IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) fiquem mais baixos.
Com isso, a principal vantagem do consórcio é justamente não ser impactado pela alta da Selic. Além de não pagar pelos juros, o consorciado ainda tem prazos mais realistas de pagamento e valores mais acessíveis da parcela.
A estabilidade e poder de negociação são outros pontos a considerar, já que o consórcio de veículos, por exemplo, não sofre alterações perante o mercado; além disso, com a carta de crédito em mãos, o consorciado tem melhor poder de barganha na hora da compra, pois trata-se de pagamento à vista.
Walmando Fernandes, administrador de empresas e MBA em gestão empresarial, é Head da Porto Seguro na região de Campinas