É de extrema importância convidar você minha querida leitora, meu querido leitor a refletir junto comigo sobre o Maio Laranja, mês dedicado à conscientização e combate contra a exploração sexual infantil. Há dados de pesquisas acadêmicas que revelam um número preocupante. Milhares de ligações já foram feitas denunciando abusos desde janeiro deste ano.
O Disque Denuncia é o número 100 que funciona 24 horas e caso você necessite ligar você não será atendido por um robô, mas sim por um profissional altamente capacitado para lhe amparar garantindo total segurança em relação a identidade de quem está fazendo a denúncia, sendo ela anônima.
A violência sexual feita para com crianças e adolescentes é um ato imoral e ilegal e deixa tanto sinais quanto marcas nas vítimas.
Preste bem atenção em comportamentos diferentes que tais esses menores vêm tendo nos últimos tempos, sinais como o de reclusão, baixa autoestima em relação ao corpo, medo de ficar sozinho com determinada pessoa, comportamentos como o de busca por afeto, atenção e carinho…
Preste atenção na linguagem corporal, o corpo fala, há sim possíveis sinais de algum tipo de agressão física, como marcas, mas não me refiro a esses sinais, mas sim os que não são expressos verbalmente. Por vezes a criança e/ou adolescente sente a necessidade de gritar pedindo socorro, mas não tem coragem, não se sente amparada, tem medo de não ser levada a sério e perder a credibilidade.
Esse tipo de assunto não é brincadeira, você que é pai, mãe ou responsável, se seu filho (a) tocar nesse assunto, chame-o de canto e tente extrair de maneira natural alguma informação, algum fato, alguma experiência negativa pela qual ele (a) possa estar passando.
Exploração e assédio sexual para com menores de idade envolvem toques físicos sem consentimento, tais como acariciar, apalpar, dentre outros gestos vistos de fora como inofensivos e sutis. A exploração é mais comum dentro de casa do que se imagina, com os próprios familiares, geralmente padrastos, tios, avôs, mas além do ambiente físico tal exploração pode se dar no ambiente virtual, ambiente este em que as crianças e adolescentes estão mergulhados sem limites, limites estes que deveriam ser impostos pelos pais.
Percebo tal falta enquanto professor dentro da sala de aula onde os alunos ficam bravos quando se é pedido para largarem o celular e prestarem atenção na explicação da matéria, não a toa se é utilizado o termo “usuários de redes sociais”, se assemelhando aos usuários de drogas, viciados. Imaturidade!
Mas para não perdermos o foco, o ambiente em casa nem sempre é dos melhores quando se tem como base a relação de jovens com seus pais ou responsáveis principalmente quando os limites são impostos, há muito conflito de “pode ou não pode”, muita discussão, gritos, comparações e até agressões, tudo aquilo que favorece ao jovem se refugiar no universo digital, perfeito, cheio de “amigos”…
“Amigos”… É aí que muitos desses abusadores se aproveitam, já que em jogos on-line você pode inventar nomes, e nem sequer precisa usar uma foto real. É nesse contexto que tais aproveitadores oferecem a atenção, o “ombro amigo” para ganharem a confiança das crianças e adolescentes e assim extrair delas conteúdos ilícitos e pornográficos.
Isso pode acarretar uma série de marcas emocionais na criança e no adolescente que sofre com tais abusos, impactos como depressão, angústia, síndrome do pânico, baixa autoestima, irritabilidade, medo de se relacionar, TEPT (transtorno de estresse pós-traumático) tendo que se recorrer a terapias em geral para se tentar amenizar esses impactos.
A proposta do Maio Laranja traz um tema delicadíssimo que estamos refletindo aqui, juntos, para termos ciência e fazer de tudo para combater, isso é real e pode estar ocorrendo bem debaixo do nosso nariz. Convido você a ficar atento, a denunciar no menor sinal, na menor suspeita. Há um número de whats específico para denúncias além do disque 100, o número é (61) 99656 5008. Fique atento, não tenham receio, faça sua parte, denuncie!
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)