A pandemia e a taxa básica de juros da economia nos menores níveis já vistos fizeram com que o investidor brasileiro buscasse diversificação com alternativas que trouxessem retornos melhores. Agora vemos um novo movimento do Banco Central, que subiu a taxa básica para 5,25% ao ano e sinaliza novos aumentos, podendo chegar a 7,5% ou mais ao final de 2021, de acordo com as projeções de economistas.
Mesmo com esse cenário, não chegaremos nem perto da taxa Selic de 2015, quando o Banco Central estabeleceu a meta de 14,25%, proporcionando rendimentos aos investidores acima de 1% ao mês sem fazer muito esforço.
Foram 10 ciclos de manutenção até o Copom começar a baixar a taxa. Agora, mesmo com a previsão de aumento da taxa Selic, vale destacar que, para conseguir retornos mais lucrativos, será necessário buscar investimentos com maior grau de risco. E isso começa a ser verificado na prática.
Pela primeira vez em quatro anos, a poupança perdeu espaço, segundo a pesquisa “Raio-X do Investidor Brasileiro”, realizado pela Associação Nacional das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Por isso, houve crescimento na opção por fundos de investimento, por exemplo.
O estudo mostra ainda que o interesse por aplicações financeiras, que não a poupança, aumentou de acordo com as classes sociais. No ano passado, 48,3% dos brasileiros da classe A optaram por produtos financeiros como destino para suas economias, universo que aumentou 20 pontos percentuais em relação a 2019. Entre os brasileiros da classe B, o crescimento foi de 7,2 pontos, passando de 21,4% para 28,6%. Na classe C, a preferência por produtos financeiros manteve-se em 12,6%.
O tema proteção financeira rende inúmeras análises e teses, mas essa pesquisa dá pistas sobre algumas mudanças no comportamento do consumidor para o futuro.
No entanto, há ainda um ponto que preocupa: uma baixa parcela da população pensa em acumular reserva para aposentadoria.
Outro ponto levantado é que 41% dos entrevistados dão preferência ao aconselhamento financeiro, apesar de todo o avanço digital. Se somarmos a parte que busca informação com amigos e parentes, teremos mais de 56% dos entrevistados.
A combinação “baixa preocupação com a aposentadoria x preferência do consumidor para aconselhamento” levanta uma grande oportunidade para os agentes autônomos (por meio do aconselhamento) e para os corretores de seguros (através da indicação), pois esses profissionais levam consultoria e proteção aos clientes, fazendo parte de sua vida.
Investidores que tradicionalmente optavam pela poupança podem hoje acessar plataformas de investimento gratuitas que oferecem uma série de benefícios, entre eles a assessoria on-line.
Mesmo sem conhecimento sobre o mercado financeiro, o usuário pode acompanhar o andamento das metas e os rendimentos dos investimentos com praticidade, segurança e controle.
A pesquisa da Anbima e a nossa expertise de mercado apontam para uma mudança de comportamento do investidor brasileiro. Estamos apenas no início de uma transformação na maneira como investimos nosso dinheiro e dos canais utilizados para esse investimento. O fundamental mesmo é buscar informações e se consultar com especialistas, que podem oferecer ajuda profissional e confiável para o melhor rendimento e planejamento do seu dinheiro.
Walmando Fernandes, administrador de empresas e MBA em gestão empresarial, é Head da Porto Seguro na região de Campinas