Há algum tempo ando estudando psicanálise, para agregar aos conhecimentos que já possuo em Filosofia, em Coaching e em Programação Neurolinguística. A respeito de psicanálise pude perceber que um dos grandes nomes dessa maravilhosa prática, chamado Lacan, deu grande ênfase à semântica, ou seja: a palavra. Lendo alguns textos de sua vasta obra pude concordar com sua visão onde, bem lá no fundo, no âmago do nosso ser, tememos dizer o que nos incomoda, temos medo de dizer onde dói, dor essa emocional e inconsciente. Hoje nossa reflexão se dará nessa temática: o valor da palavra, você topa me acompanhar nessa viagem? Por favor, não abandone.
Como se daria então esse acesso a essas dores emocionais que se encontram lá no fundo em nosso inconsciente?
A resposta que posso lhe dar é: autoconhecimento, aquele que já fora sugerido na Grécia Antiga cerca de V séculos a.C no templo de Apolo, no famoso Oráculo de Delfos onde nele estava escrito: “Conhece-te a ti mesmo”. Conhecer-se nem sempre é uma tarefa fácil ou desejada. Muitos querem a mudança, mas poucos têm a coragem de ir em busca do que podemos chamar de uma essência pessoal. Conhecer-se implica em encontrar fatos arquivados, nem sempre prazerosos, na maioria das vezes indesejados e indigestos, mas que sem esse encontro a real mudança não seria possível.
Em psicanálise lacaniana podemos dizer que há uma ênfase na semântica, ou seja, na oratória, na interpretação, na exposição da palavra. Expor o que se pensa e se sente é importantíssimo, pois, segundo o próprio Lacan: “Doenças são palavras não ditas”.
Quando se sofre emocionalmente (o que pode se tornar psicossomático), de algum modo se mascara o real motivo, por medo da mudança. Mas a grande provocação aqui é: do jeito que está dói; mudar dói, escolha a dor que deseja e não culpe o mundo, o próximo, muito menos se faça de vítima.
Em tese, você não precisaria buscar um psicanalista para expor seus problemas se as pessoas usassem seus dois ouvidos para realmente ouvirem, sem julgamentos, e falassem menos com interferências pessoais fúteis e inférteis, mas devido a essa escassez é que se é prudente buscar ajuda profissional.
Minha sugestão final é: busque expor o que sente, botar pra fora, antes que o copo transborde e seja tarde demais.
Não digo da boca pra fora, sei pois tenho conhecimento de causa. Divida, essa é uma contradição matemática: ao dividir seus problemas, multiplica-se a possibilidade de resolução dos mesmos. Portanto, fale!
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)