16 de maio de 2022
O SEU PORTAL DE NOTÍCIAS, ANÁLISE E SERVIÇOS
  • ANUNCIE
  • WHATSAPP
Sem Resultados
Ver todos os resultados
Informação e análise com credibilidade
  • ÚLTIMAS
  • CIDADE E REGIÃO
  • COLUNISTAS
  • ARTE E LAZER
  • OPINIÃO
  • ESPORTES
  • EDUCAÇÃO
  • GERAL
  • INTERNACIONAL
  • MEMÓRIA
  • ÚLTIMAS
  • CIDADE E REGIÃO
  • COLUNISTAS
  • ARTE E LAZER
  • OPINIÃO
  • ESPORTES
  • EDUCAÇÃO
  • GERAL
  • INTERNACIONAL
  • MEMÓRIA
Sem Resultados
Ver todos os resultados
Informação e análise com credibilidade
Sem Resultados
Ver todos os resultados

Nunca houve um Oscar igual ao de 2021

João Nunes Por João Nunes
26 de abril de 2021
em Colunistas
Tempo de leitura: 3 mins
A A
Chloé Zhao com o Oscar de melhor direção. Foto: Reprodução

Chloé Zhao com o Oscar de melhor direção. Foto: Reprodução

A primeira atriz negra a ganhar Oscar foi Hattie McDaniel, coadjuvante no filme E o Vento Levou (1940). Mas na cerimônia de entrega da estatueta, ela foi impedida de ficar ao lado dos colegas atores – sentou-se à uma mesa escondida no fundo da sala. Neste histórico domingo, 25 de abril de 2021, a sala não reunia tanta gente – assim como em 1940 –, mas havia tantos negros quanto brancos. E sentados juntos, sem segregação, e em lugares privilegiados na condição de nominados ou no palco, recebendo, entregando, apresentando o prêmio.

A chinesa Chloé Zaho, melhor diretora Foto: Divulgação

E não apenas negros. Houve espaço para muitas mulheres (da segunda a ganhar Oscar de direção, Chloé Zaho, às candidatas a atriz, figurino, canção etc), idosos (Anthony Hopkins, ator mais velho a receber a estatueta) e inúmeros imigrantes: dinamarqueses, turcos, chineses, coreano, britânicos, franceses e até brasileira (Alice Braga empresta a voz em animação da Disney).

Por tudo a que o precedeu, como resultado da pandemia, era de se esperar que tivéssemos uma cerimônia diferente. Mas o evento foi muito além da expectativa: o cenário da grande festa tinha sido modificado. No lugar da predominância de brancos, loiros de olhos azuis e verdes, a equivalência da cor da África mais que nunca tomando assentos na Casa Grande. E das mulheres e velhos e imigrantes.

Tomaram posse do que lhes era devido, arrombaram a festa, invadiram a praia, hastearam bandeiras e ergueram a voz em discursos longos, emocionados, humanos – discursos de quem está próximo, expressam nossa linguagem, falas desprovidas de formalidades, textos não ensaiados. Como o diretor dinamarquês Thomas Winterberg, que chorou a perda da filha, da atriz coreana Youn Yun-jung dotada de carisma e simplicidade comoventes, do americano Daniel Kaluuya, que agradeceu a Deus e a mãe emocionada na plateia, da britânica Emerald Fennell, que afirmou que ingleses não choram – mas o choro dela estava evidente no sorriso alegre. Parecia gente igual a gente.

O norte-americano Daniel Kaluuyia, melhor ator coadjuvante Foto: Divulgação

Também houve dois prêmios humanitários com alcance para além da arte, que contemplou a entidade Motion Pictures & Television Fund e um programa dirigido pelo militante negro Tyler Perry, ambos convivendo com os efeitos da pandemia. Impossível não se comover ante os discursos dos respectivos representantes.

A coreana Youn You-jung, melhor atriz coadjuvante Foto: Divulgação

Em uma atividade que está entre as primeiras no topo dos setores mais rentáveis dos Estados Unidos, país conhecido pelo consumo e desperdício (tudo em excesso), e em meio a festa dedicada ao glamour, à riqueza, à superexposição e na qual desfilam artistas chamados (as) de estrelas para se manterem longe dos mortais falava-se em solidariedade, misericórdia, doação. Não sou ingênuo imaginando que os Estados Unidos mudaram o modo de ver o mundo. Eles sabem que a globalização aproximou os países e que territórios nunca antes explorados são campos férteis para gerar mais lucros e que um prêmio localizado (o da indústria americana, voltada para a América) perdeu a validade.

Hoje, o Oscar é de todos, pois, quanto mais países consumindo filmes, mais lucros terá a grande indústria, mas também porque existem talentos em qualquer parte, de Angola, ao Irã, passando pela China, Paraguai, Índia, Cazaquistão, Noruega, Itália, Islândia. Além disso, artistas e técnicos do planeta inteiro, agora, fazem parte da Academia de Artes e com direito a voto, influência, palpite e mão de obra. O que isso muda? Ganha-se oportunidades para exercitar a arte e dinheiro.

Quero acreditar que o mundo da pandemia está diferente daquele no qual vivíamos e que as mudanças serão ainda mais significativas.

Talvez, sim, exista um tanto de ingenuidade, mas a cerimônia do Oscar me fez pensar que talvez não haja mais como voltar atrás e que as transformações são irreversíveis. Quero pensar que essa vitrine de ostentação cresceu e deixou as coisas próprias de menino, que abandonou a exacerbação do luxo e da opulência, como se fossem deuses se lambuzando do fausto, para se tornar mais humana, e que se desfez da futilidade e vislumbrou a nobreza.

 

João Nunes é jornalista e crítico de cinema

Tags: cinemacolunistasJoão NunesOscar 2021
CompartilheCompartilheEnviar
João Nunes

João Nunes

Sala de Cinema

Notícias Relacionadas

Foto: Pixabay

Sobre o perigo de se idealizar pessoas – por Thiago Pontes

16 de maio de 2022

O Maio Amarelo e a “epidemia” das mortes no trânsito do Brasil – por Carmino de Souza e Gustavo Fraga

16 de maio de 2022
Tema da Casa Cor 2022, Infinito Particular, mostra soluções de casas com memórias afetivas e traços mais minimalistas, além de harmonia, proteção, funcionalidade e conforto como do projeto feito pelo arquiteto inglês John Pawson, que transformou uma fazenda de 1610 em uma confortável casa de campo de linhas puras e decoração mínima. -Fotos: Divulgação

Infinito particular: inspirações do novo viver – por Daniela Nucci

15 de maio de 2022

Chega de guerra – por Carlos Brickmann

15 de maio de 2022
Foto: Pixabay

Juros altos. E agora? – por Walmando Fernandes

14 de maio de 2022

Dóceis-docentes – por Luis Felipe Valle

14 de maio de 2022

Quer apoiar o jornalismo do Hora?
Clique ou faça a leitura do QRCode

Populares

  • Hortolândia realiza seis concursos para preencher 446 vagas

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • Jogador do Corinthians é preso suspeito de chamar atleta do Inter de “macaco”

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • Unicamp decreta luto de 3 dias por estudante encontrada morta

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • Jornalista Luiz Sugimoto morre em Campinas aos 65 anos

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
  • ACL faz homenagem póstuma a acadêmicos

    0 Compartilhamentos
    Compartilhe 0 Tweet 0
Hora Campinas

Somos uma startup de jornalismo digital pautada pela credibilidade e independência. Uma iniciativa inovadora para oferecer conteúdo plural, analítico e de qualidade.

Seja um apoiador do Hora Campinas

VEJA COMO

Editor-chefe

Marcelo Pereira
marcelo@horacampinas.com.br

Editoras de Conteúdo

Laine Turati
laine@horacampinas.com.br

Maria José Basso
jobasso@horacampinas.com.br

Editor de Fotografia

Leandro Ferreira
fotografia@horacampinas.com.br

Reportagem multimídia

Eduardo Martins
eduardo@horacampinas.com.br

Francisco Lima Neto
francisco@horacampinas.com.br

Gustavo Magnusson
gustavo@horacampinas.com.br

Para falar com a Redação:

E-mail

redacao@horacampinas.com.br

WhatsApp

(19) 9 8282-2651

Departamento Comercial

comercial@horacampinas.com.br

Noticiário nacional e internacional fornecido pela Agência Brasil, Lusa News e ONU News

  • ANUNCIE
  • WHATSAPP

Hora Campinas © 2021 - Todos os Direitos Reservados - Desenvolvido por Farnesi Digital.

Sem Resultados
Ver todos os resultados
  • ÚLTIMAS
  • CIDADE E REGIÃO
  • COLUNISTAS
  • ARTE E LAZER
  • OPINIÃO
  • ESPORTES
  • EDUCAÇÃO
  • GERAL
  • INTERNACIONAL
  • MEMÓRIA

Hora Campinas © 2021 - Todos os Direitos Reservados - Desenvolvido por Farnesi Digital.

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In

Add New Playlist