Esses dias estava conversando com uma amiga muito querida sobre autoconhecimento. Chegamos a conclusão, e isso não é novidade, que essa habilidade socioemocional é uma das mais difíceis de ser compreendida e colocada em prática pelas pessoas. Digo isso olhando para dentro de mim mesma, e observando o quanto luto diariamente para me conhecer e para saber lidar com meus sentimentos e emoções.
Em partes, acredito na teoria do filósofo John Locke, no qual defendia a ideia que o conhecimento não é inato, mas resulta do modo como elaboramos as informações que recebemos da experiência. E, para mim, não é muito diferente quando se trata do autoconhecimento. É como se ao nascermos fossemos uma pedra e ao longo de todas as nossas experiências de vida e habilidades adquiridas, somos lapidados como um cristal.
Por trás do autoconhecimento, existe o famoso iceberg. Por fora mostramos amor próprio, escolhas claras, autoestima, inteligência emocional, saúde mental, consciência de valores e qualidades. Já por dentro temos uma história de vida, frustrações, autossabotagem, medo do julgamento, sentimento de inferioridade, inseguranças. Quanta coisa, né? Mas é reconhecendo esses pontos, os famosos fracos e fortes, que conseguimos iniciar o processo de autoconhecimento.
Confesso que para escrever sobre esse tema, refleti muito e lembrei que esse processo muitas vezes é dolorido e não linear. Descobri nesse meio tempo o quanto nos doamos ao outro e esquecemos de nós mesmos. Nos moldamos na expectativa e somos projetados por pessoas próximas. Transbordamos amor àqueles que nos entregam o raso. Temos que saber lidar e nos conhecer para fazer essas análises, e no meio disso tudo descobrimos que até o nosso avesso é força.
Se você quer se autoconhecer é necessário se questionar, ser consciente, explorar experiências, ideias, conceitos, aprender a dizer não (tarefa difícil para a maioria das pessoas, rs), ser o seu melhor amigo e escutar-se. E para tornar essa jornada leve é importante ter pessoas que te acolham e saibam te ouvir. Às vezes a vida te dá pessoas especiais, às vezes pessoas especiais te dão vida!
Não sou coach e estou longe de ser psicóloga, mas te garanto que é libertador se conhecer, te convido para esse desafio diário comigo, vamos?
Rafaela Negretti, 23 anos, é determinada e está sempre aberta para o novo. Atualmente cursa fonoaudiologia na Unicamp.