Me peguei essa semana revendo um grande clássico do cinema, o filme Rocky que trata da história de um boxeador estrelado e produzido por Sylvester Stallone. Em dada cena ele diz num diálogo com seu filho: “Não importa o quão forte você bata, mas sim o quão você aguenta das porradas da vida!”.
Partindo dessa frase percebi que ela tem lá seu fundo de realidade e digo isso com propriedade, pois venho enfrentando grandes desafios em minha vida e me parece que realmente o que importa é não desistir dos sonhos e objetivos. Escrevi um livro cujo título é Você é de ferro? Cuidado, pois até eles enferrujam, no qual exponho que ao contrário do que se é exposto na área da autoajuda barata, onde lhe estimulam a sempre vencer e vencer, buscando o sucesso com uma gana doentia, acredito que, tal como humanos que somos, podemos sim nos pegar tristes, desanimados, cabisbaixos, chorar, desde que tais emoções não venham a nos dominar.
O ponto aqui é justamente o de, tal como no boxe, estarmos cientes de que iremos sim levar socos e “porradas” da vida, cair no chão, nos machucar. Mas lhe deixo uma indagação: o quanto você pode suportar? Até onde você é capaz de cair e se reerguer? Qual o seu limite? Até onde você resiste?
No boxe os lutadores têm lá sua rotina de treinos, mas e nós, meros mortais, como podemos desenvolver nosso lado emocional? Que tal ter desenvolver nosso senso crítico e buscar enxergar por outros ângulos os fatos que vivenciamos? Será que podemos aprender algo com eles? Será que eles têm algo a nos ensinar?
Eu como professor de Filosofia estimulo meus alunos a buscarem desenvolver empatia, capacidade de ouvir, de enxergar o que está nas entrelinhas da comunicação como um todo. Penso que a vida é a maior das escolas e ela é tão rígida que muda de lição uma vez que seus alunos, e me incluo aqui, venha a aprender com tal atividade.
Não importa o quão forte você bata, importa sim o quanto você aguenta mediante os desafios que a vida lhe traz. Que tal encontrar novas alternativas para solucionar seus problemas? Que tal ser humilde e pedir ajuda? Que tal encontrar alguém como modelo que possa lhe estimular a agir como tal e superar os problemas que vem enfrentando?
A vida é dura, com tal conclusão consigo aqui trazer uma proposta da filosofia, advinda do filósofo Epicuro, que pretendia tornar a vida possível de ser vivida através da criação de condições para a felicidade.
Boas lembranças, gentileza, generosidade e contemplação são também prazeres que tornam a vida feliz. Dizia que era um dever do homem tornar a vida presente a melhor possível. E a melhor espécie de vida era a vida de prazer – não de prazer turbulento, mas de prazer refinado. Cultivar a felicidade da vida simples. Aprender a gozar do pouco que tendes e evitar os excitamentos de ambicionar mais.
Partindo dessa nossa reflexão, o que você pode fazer para não se deixar abater por conta dos obstáculos da vida? Como se tornar uma pessoa mais forte? Em que medida você pode buscar o prazer nas coisas simples da vida, tal como propunha Epicuro? Um grande abraço.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)