O mundo terá de se adaptar às mudanças climáticas e, mesmo assim, não evitaremos alguns grandes desastres. No sul do Iraque, o sol se põe, às vezes, empurrando a temperatura acima de 50°C. Terra seca e ervas daninhas são o panorama sob os pés, lá costumava ser uma plantação de palmeiras, mas nenhuma árvore permanece — apenas fileiras de troncos.
De altura desigual e listagem em ângulos estranhos, eles lembram as calamidades há muito esquecidas. Segundo as Nações Unidas, o Iraque se tornou um dos cinco países no mundo mais expostos às consequências das mudanças climáticas.
O fato concreto é que a calamidade ainda está se desenrolando, e ninguém esqueceu.
Vinte anos atrás, as folhas das palmeiras eram tão espessas que nenhuma luz solar direta chegava ao solo, que agora parece pedra. A agricultura de tâmaras e outras frutas, que rendiam uma boa vida, agora é só lembrança. A água de um canal alimentado pela hidrovia, que ficava apenas um quilômetro de distância e era adequada para as necessidades da região, mas agora para nada serve, pois, com essa temperatura, nada será possível plantar, nada capaz de sobreviver.
Qual a diferença de lá com algumas regiões do nosso Nordeste? Onde estaremos com o cerrado em 2030? Quanto tempo ainda temos para estancar o crescimento deste flagelo? Já pararam para pensar nisso?
O desafio é mundial, mas a responsabilidade é de cada um de nós. Pense nos netos de nossos netos. Qual será a lembrança que deixaremos? Será que haverá um mundo habitável para eles?
Culpar outros é cômodo, mas o que diremos para eles? Pediremos desculpa?
Pense nisso! Talvez uma frase atribuída a Mahatma Gandhi possa nos inspirar a traçar novas rotas: “seja a mudança que você quer ver no mundo.”
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social