Minha querida leitora, meu caro leitor, estamos iniciando Fevereiro de 2023, para uns o mês de Janeiro demorou a passar, para outros nem tanto. O ponto é que estamos adentrando em uma nova era, onde uma das características seja a da “alta velocidade”, desproporcional à sensação tradicional que tínhamos do tempo. Você se lembra da época onde se usava o orelhão para ligar para alguém? Onde havia o uso de correspondências para se comunicar com uma pessoa importante?
Irei utilizar como base da nossa reflexão o tempo e sua velocidade exacerbada, na qual estamos inseridos nessa nova era> Posso contar com sua companhia? Espero que sim.
Pois bem, hoje em dia nossa rotina é embasada na produtividade, pela velocidade. Nunca imaginei que aquela velha máxima ganhasse tanta evidência nos dias de hoje: “Tempo é dinheiro!”, isso gera competição entre empresas, entre pessoas, a velocidade traz consigo cobranças, ansiedade, doenças psicossomáticas.
Gostaria de abordar aqui o aspecto da velocidade temporal que está intrínseca nas relações sociais em especial em relacionamentos amorosos. Bem sabemos que “tudo é pra ontem”, não há sequer tempo de respirar, tudo é veloz, se envia uma mensagem e se quer a resposta em segundos, compra-se coisas pela internet e se estressa por conta do prazo de entrega, insatisfação pela fila na padaria, no caixa do supermercado… Hoje temos a favor do cliente algumas leis que dão suporte à troca em algumas ocasiões, como defeitos, ou a própria insatisfação do cliente e é aqui que gostaria de inserir as relações amorosas.
Há algum tempo, a regra era namorar por anos, noivar e casar, não era tão comum filhos fora do casamento, muito menos divórcios, principalmente se pegarmos famílias em cidades do interior, de ambiente rural (recordo-me de minhas avós no interior de MG). Hoje em dia, nessa transição de era (de uma mais conservadora para uma mais liberal), atrelada a ascensão da internet, tudo passou a ser medido pela velocidade e isso desmerece a qualidade, pois você não se preocupa de fato com o que quer, mas sim com o desejo de possuir o que tanto se almeja, deixando a qualidade em segundo plano.
Percebo que nos últimos anos os relacionamentos amorosos entraram nesse sistema: deu-se lá uns beijos, houve ali um momento sexual, logo se engravidam, moram meses juntos e cada um segue sua vida, como que reivindicassem um “direito de troca de mercadoria” (mercadoria aqui vista como o parceiro, a parceira), é como se você experimentasse e em 30 dias pudesse desistir da escolha feita, basta olhar a realidade na qual estamos inseridos.
Uns casais formalizam em cartório, ou igrejas, outros casais nem isso fazem, saem logo colocando filhos no mundo sem o menor planejamento de ser pai ou mãe, sem a menor estrutura financeira para dar esse suporte para o bebê, sem o menor preparo emocional para construir uma família.
O ser humano está a cada dia mais ficando “mal acostumado” no sentido de velocidade, de praticidade, tem tudo na palma das mãos, na tela de um celular, qualquer informação, produto, serviço, rotas, notícias, minuto a minuto, constantes atualizações; tudo isso num clic. E é como se isso se expandisse nas relações amorosas.
É como se o ser humano quisesse atualização do seu cônjuge minuto a minuto, que ele ou ela lhe tragam ali prazer, satisfação, conforto e se não servir borá procurar coisa melhor (e até aplicativo nesse formato amoroso já existe)…
A partir dessa reflexão eu gostaria genuinamente que você parasse e observa-se se sua relação está caminhando por esses trilhos nessa viagem que é a vida?!
Se ela está se materializando e sendo fruto de uma geração descartável e invadida pela velocidade da necessidade. Tire esse tempo para você! Para vocês enquanto cônjuge, enquanto membro de uma família. Um grande abraço!
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial