Amanhã, às 20h, o jovem músico Matheus Soares deve se emocionar mais uma vez ao subir no palco com outros três saxofonistas da Orquestra Anelo (Marcelo Louback, Regina Lima e Vinicius Corilow) para homenagear João Donato e Liduino Pitombeira. O quarteto vai participar do concerto da Orquestra Sinfônica de Campinas durante o encerramento da sétima edição do Festival de Música Contemporânea Brasileira (FMCB), apresentado pela CPFL Energia em parceria com o Instituto CPFL. O evento conta também com a participação especial dos instrumentistas Lei Weng (piano), Felícia Coelho (flauta), além de João Donato e Grupo.
Matheus que é músico e professor do Instituto Anelo escolheu a carreira musical aos 12 anos.
A oportunidade surgiu na igreja que a família frequentava que abriu vagas para interessados em fazer aulas de instrumentos musicais. Ele lembra que passou um ano estudando só a teoria, até conseguir ter seu primeiro instrumento musical. “Foi bem desafiador pois eu queria muito começar logo a parte prática. Meu pai vendo o meu esforço resolveu vender o único carro que tínhamos para conseguir realizar meu sonho. Eu tinha 13 anos e ele entregou o dinheiro nas minhas mãos para eu comprar o meu primeiro saxofone”, conta. Depois de um mês de aula prática, Matheus já estava tocando saxofone na sinfônica da igreja.
Mas foi na frente da casa de um amigo, aos 15 anos, que ele descobriu que queria viver de música. Ele comprou um cavaquinho para aprender a tocar pagode e estava praticando alguns acordes na calçada.
“Algumas pessoas viram eu treinando e pediram que eu tocar para elas. Eu disse que estava começando a aprender e estava treinando uma música do Zeca Pagodinho. Quando comecei a tocar o pessoal que estava na rua começou a cantar, dançar, foi tão bonito. Senti uma alegria ao ver as pessoas se divertindo. Naquele momento tive a certeza de que queria passar por isso mais vezes”, disse.
Em sua trajetória musical, Matheus acabou entrando no Patrulheiros, em Campinas, e fez parte da orquestra. Depois fez exército em Pirassununga e descobriu que uma pessoa tinha doado instrumentos musicais. Na hora de folga passou a treinar saxofone. Em seguida, para continuar estudando música, foi trabalhar de segurança e na hora do almoço aproveitava para se aperfeiçoar. Foi então que prestou prova em Tatuí, interior de São Paulo, e passou a estudar em um dos maiores conservatórios do Brasil. Depois entrou na banda da sinfônica de Limeira e, em seguida, no Instituto Anelo, onde toca e leciona aulas.
O Instituto Anelo é uma associação civil sem fins lucrativos que há 22 anos oferece aulas gratuitas de música no Jardim Florence, bairro do distrito do Campo Grande, localizado na região noroeste de Campinas. Ao longo dessas mais de duas décadas, o Anelo já atendeu a mais de 5 mil alunos, entre crianças, jovens e adultos.
Encerramento do FMCB
Teatro Municipal Castro Mendes – 26 de março – 20h
Convites gratuitos serão distribuídos duas horas antes das apresentações por meio do Sympla na página do teatro – https://site.bileto.sympla.com.br/teatromunicipalcastromendes/
Transmissão on-line pelo canal do Grupo Sintonize no Youtube www.youtube.com/c/GrupoSintonize
Kátia Camargo é jornalista e já tentou aprender a tocar violão e desistiu. Durante a conversa Matheus ele fez questão de fazer uma lista de pessoas que o ajudaram a enxergar a potência da música em sua vida e na vida do outro. Dentre eles, destaca Antonio de Cayres (maestro da igreja) e seu primeiro professor. Mas como a lista ficou bem extensa, a opção foi partilhar um vídeo do Matheus dando aula no Instituto Anelo, pois assim é possível enxergar onde a música tem feito morada na vida dele.