A Organização das Nações Unidas (ONU) relembrou o 76º aniversário do bombardeio atômico dos Estados Unidos à cidade japonesa de Nagasaki. O lançamento ocorreu em 9 de agosto de 1945, três dias após o da bomba atômica sobre uma outra cidade japonesa: Hiroshima. Após ambos os ataques, o Japão se rendeu em 15 de agosto pondo fim à Segunda Guerra Mundial.
Em mensagem, o secretário-geral António Guterres disse que o mundo “habita na sombra da nuvem em forma de cogumelo”, passados mais de três quartos de século após a destruição de Nagasaki. Ele destacou que “as perspectivas de uso de armas nucleares são tão perigosas quanto em qualquer época, desde o auge da Guerra Fria.”
A expectativa do chefe da ONU é que grandes desenvolvimentos recentes sejam “um ponto de inflexão”. Ele sublinhou que atualmente os Estados correm para criar armas mais poderosas e estão ampliando os cenários potenciais para seu uso. O líder das Nações Unidas disse haver “uma retórica bélica que subiu o tom ao máximo, enquanto o diálogo está mudo”.
Controle
A esperança da ONU vem da reafirmação, pelos Estados Unidos e pela Rússia, de que “uma guerra nuclear não pode ser vencida e jamais deve ser travada”, além do compromisso de engajamento das duas partes “no diálogo sobre o controle de armas”.
Guterres também elogiou os integrantes do Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares pela entrada em vigor desse instrumento. Para ele, o documento representa receios “legítimos de muitos Estados, sobre o perigo existencial das armas nucleares”. O apelo feito a todas as partes do Tratado de Não-Proliferação Nuclear é que usem a Décima Conferência de Exame do Tratado para reforçar a norma contra estes arsenais e tomar medidas para eliminação.
O chefe da ONU disse ainda que se rende aos atos altruístas dos sobreviventes da explosão, conhecidos por hibakusha, cuja “coragem diante da imensa tragédia humana é um farol de esperança para a humanidade”. Ele agradeceu o grupo por “continuar a espalhar seu testemunho”. As Nações Unidas destacaram ainda que continuarão dando apoio para garantir que estas vozes sejam ouvidas pelos povos do mundo, especialmente pelas gerações mais jovens.
Guterres elogiou o povo de Nagasaki por ter construído uma metrópole cultural a partir das cinzas da guerra nuclear: uma cidade dinâmica, que é exemplo da modernidade e do progresso na ação para evitar a devastação nuclear em qualquer outra cidade. (Agência ONU News)