Não sei vocês, mas nas minhas promessas de ano novo sempre tem uma especial: ‘vou dedicar mais tempo para a leitura’, dos livros que ganho, que compro e que quero ler. Para o meu contentamento, comecei o ano terminando a leitura de um livro que trouxe histórias inspiradoras de projetos que constroem o terceiro setor no Brasil.
Aprendi tanto com os textos que compõem o livro. Para mim, ler é uma forma bonita de ampliar nosso olhar de mundo. Lançado no final do ano passado, Os Incomodados que Mudem o Mundo 2, de Claudia de Castro Lima, da Fundação Educar, traz em cada capítulo a esperança de que juntos podemos deixar este mundo um lugar melhor para se viver. Conversei com a Claudia e ela me contou que mergulhar nessa escrita foi também muito significativo para ela, repleto de aprendizados e descobertas.
Queria convidar vocês para ‘experenciar’ essa leitura, afinal o livro Os Incomodados que Mudem o Mundo 2 pode ser baixado gratuitamente neste link.
São sete histórias que merecem ser degustadas com calma.
Uma delas é do Gerando Falcões, do Eduardo Lyra. O nome ‘falcões’ é uma alusão à ave, que, ao voar alto, enxerga oportunidades que quem está o chão não vê. A missão do Gerando Falcões é transformar a pobreza da favela em peças de museu. Vale a pena saber como essa ONG está fazendo isso e de onde surgiu essa ideia.
Já o Instituto Rodrigo Mendes (IRM), fundado pelo Rodrigo Hubner Mendes, em 1994, tem como missão colaborar para que toda pessoa com deficiência tenha uma educação de qualidade na escola comum. Para se ter uma ideia do desafio ainda que, das crianças com deficiência que estão matriculadas, 88% estejam em escolas comuns, há uma parcela considerável desta população que não está matriculada em lugar nenhum, sem nem um tipo de educação formal. O objetivo do IRM é que 100% dessas crianças estejam matriculadas em escolas comuns e plenamente integradas e o livro mostra por que isso é tão importante.
A Fundação Maria Cecília Souto Vidigal foi criada após a morte por leucemia de Maria Cecília, 11 anos, uma das filhas do casal Gastão Eduardo de Bueno Vidigal e Maria Cecília. Por 40 anos, desde sua criação, a fundação era dedicada a destinar os recursos para pesquisas na área de hematologia. Mas com o passar dos anos seu foco mudou para a causa do desenvolvimento da primeira infância. Em 2007, foi criado o Marco Legal da Primeira Infância, uma lei que impulsiona a criação de programas, serviços e iniciativas voltados à promoção do desenvolvimento integral das crianças pequenas.
Enquanto o Todos Pela Educação, fundado em 2006, nasceu para garantir uma educação básica de qualidade e já avançou bastante suas propostas nos últimos anos. Suas metas iniciais eram: Toda criança e todo jovem de 7 a 14 anos dentro da escola; Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; Todo aluno com aprendizado adequado à sua série; Todo jovem com Ensino Médio concluído até os 19 anos; e Investimento em educação ampliado e bem gerido. Nesse tempo já teve conquistas, mas o texto convida a todos para refletir que há muito a ser feito.
A Fundação Gol de Letra nasceu em 1998 do sonho dos jogadores de futebol Raí e Leonardo.
Os dois atletas criaram um projeto que, por meio do esporte, cultura e formação para o trabalho, contribui com a educação de crianças e jovens de comunidades socialmente vulneráveis, para que eles tenham mais oportunidades e perspectivas de vida. Já passaram pelo local mais de 20 mil crianças, adolescentes e jovens. Agora a Gol de Letra espera atrair outros jovens com perfil de liderança para continuar o seu legado.
O Instituto Velho Amigo foi criado em 1999, por Maria Regina Ermírio de Moraes. E é destinado a melhorar a qualidade de vida de idosos em situação de vulnerabilidade, trabalhando pela longevidade ativa e saudável e assegurando os direitos essenciais dos idosos. O instituto luta também pelas políticas públicas no âmbito local e no nacional.
Por fim, temos o Instituto Ana Rosa, que foi criado em 1874, como um internato para meninos hoje atua em três programas, chegando a atender 980 crianças, adolescentes e jovens de 3 meses a 18 anos, antes da pandemia, são eles: a creche chamada de CEI (Centro de Educação Infantil), o CCA (Centro para Crianças e Adolescentes) e CJ (Centro da Juventude)
E quem quiser me contar o que achou da leitura vou ficar muito feliz, basta enviar no meu e-mail: [email protected] para trocarmos essas informações. E, caso conheça outros projetos tão potentes quanto os do livro, me conte também.
Kátia Camargo é jornalista e tirou do livro a inspiração musical desta coluna de Preludio, de Raul Seixas com sua frase: Sonho que se sonha só/ é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade. Para conferir: