Essa semana conversava com um médico, e dentre os assuntos veio à tona o do aparelho que mede os sinais vitais, aquele que mede os batimentos cardíacos, sabe ao qual me refiro? Ele aponta para o progresso de uma linha horizontal oscilando para cima e para baixo, hora com certa regularidade, hora com picos de altos e baixos.
Ao imaginar tal aparelho e tal finalidade me veio a ideia de fazer a seguinte analogia: nossa vida é como tais sinais e o mais curioso e instigante é que a maioria de nós reclamamos das irregularidades de nossas vidas, por vezes nada previsíveis, e é como se pedíssemos para que tudo aquilo parasse de acontecer conosco.
Pedimos para tais picos cessarem, mas ao cessar, a linha horizontal ficaria numa reta fixa e sabemos muito bem o que isso significa aos olhos da medicina, em especial aos olhos da cardiologia: a morte!
Será que é isso que buscamos? Será que tal aparelho da medicina, em especial utilizado pela cardiologia, não tem algo a nos ensinar? Será que ela não está nos demonstrando que os altos e baixos fazem parte de nossa existência? Como você enxerga tal analogia, tal provocação típica da Filosofia? O ponto aqui é: como reagir aos extremos baixos; aqueles que nos soam como situações de dor e sofrimento? Como se posicionar perante tais momentos de nossa vida que na maioria dos casos não são previsíveis e não nascem de nossas ações?
Ouço muito por aí que as pessoas estão cansadas de problemas, cansadas de sofrer e o convite que faço é: qual a lição que você pode retirar de cada situação? Vou além: por vezes um determinado problema vem se repetindo inúmeras vezes, sendo assim convido você a pensar junto comigo que a vida talvez seja a maior e melhor escola de todas.
Ela está agindo tal como uma professora séria, lhe dando oportunidades de aprender, lhe passando provas até você conseguir demonstrar que aprendeu com aquilo, para com isso lhe mudar de fase, fazendo com que você evolua. O que acha dessa visão?
A vida é tal como uma montanha russa, cheia de subidas e descidas, adoro uma frase popular que diz: “O fundo do poço ensina lições que o topo da montanha jamais ensinaria!”. Partindo disso você ainda quer que os problemas desapareçam num passe de mágica? Sumam num estalar de dedos? Pense comigo como eles podem lhe tornar uma pessoa mais forte, mais flexível, sábia, madura; como?
Voltando à metáfora do aparelho médico de medição de batimentos cardíacos; você quer mesmo que sua vida seja medida estando numa linha reta, horizontal, sem alterações? Isso seria considerado vida; ou o seu oposto?
Um paciente que tem uma linha reta sendo medida nesse aparelho é aquele que necessita de cuidados emergenciais, sem batimentos cardíacos e que infelizmente, por vezes, não resiste e parte…
A vida tem consigo esse critério de oscilação entre altos e baixos, convido você a refletir sobre isso que leu aqui, convido você a extrair algo de útil e produtivo nisso tudo e fazer da sua rotina uma experiência única e singular! Um grande abraço.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)