As novas medidas restritivas impostas pela Fase Vermelha do Plano São Paulo de contenção à Covid-19 colocaram 83% dos bares e restaurantes de Campinas sob risco de encerrar as atividades. O dado faz parte do levantamento faz parte da pesquisa “Situação Econômica do Setor de Alimentação Fora do Lar”, realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel nacional) junto aos associados.
Esse cenário sombrio se soma ao da primeira onda da Covid-19, quando 25% das empresas do setor tiveram de encerrar suas atividades ao longo do ano passado, e cerca de 25 mil empregos foram eliminados pelo setor da RMC ao longo da pandemia em 2020.
As dívidas com aluguel são um problema para mais da metade das empresas
Por conta das limitações para atendimento do público, outros números negativos da pesquisa refletem o nível de preocupação dos empresários do setor. Perto de 66% dos estabelecimentos afirmaram que fecharam janeiro no vermelho. Quase 70% das empresas responderam que devem o Simples Nacional. E 63% das empresas tomaram empréstimos durante a crise no ano passado.
A questão de empregabilidade no setor de bares e restaurantes também traz perspectivas sombrias. A lei de redução de salários (MP 936) foi usada por 83% dos donos de bares e restaurantes na tentativa de minimizar prejuízos. Na média, as empresas têm de dar cinco meses de estabilidade para os funcionários que receberam o benefício durante o ano passado.
Com o fim da MP no início deste ano e o agravamento da situação pela segunda onda da pandemia, 83% afirmam que o negócios está em risco, com grandes chances de fechar se não houver novo auxílio para pagamento de salário/redução da jornada.
Das empresas que responderam à pesquisa, 63% fizeram empréstimos durante o ano passado. Para 77% delas, a carência para pagamento já venceu.
Outra questão levantada na pesquisa diz respeito ao aumento de custos para os estabelecimentos. Nada menos do que 66% deles têm a percepção de que os custos com mercadorias subiram mais de 20% em relação a antes da crise. Para reduzir os prejuízos, 82% tiveram de aumentar os preços dos itens do cardápio, mas apenas 2% dos respondentes puderam aumentar preços acima de 20%
Crise
Para o presidente da Abrasel de Campinas e região, Matheus Mason, os dados reforçam a necessidade de uma maior atenção por parte das autoridades, no sentido de concessões de auxílios para o setor.
“Na esfera estadual, tivemos o recuo do aumento do ICMS e linha de crédito para bares e restaurantes. No âmbito municipal, estamos conversando com as prefeituras, para viabilizar um pacote de auxílio, sendo que algumas cidades já adiaram o pagamento de impostos, mas ainda é insuficiente, por isso estamos apresentando uma proposta unificada, prevendo desconto na água e outras taxas”, recorda.