No artigo de hoje meu caro leitor, minha querida leitora, convido você a refletir comigo sobre seu projeto de vida: você tem um? Você não tem um? Há benefícios e malefícios em tê-lo e não tê-lo? Seria melhor e mais sábio ter apenas um singelo plano diário? Acompanha-me nessa jornada? Ótimo, então vamos a ela.
Esse é um tema que particularmente me interessa bastante, pois estive nos dois extremos e posso partilhar com você que ambas as experiências não foram nada saudáveis. Quando pensamos naquele projeto de vida, lindo, maravilhoso, perfeito, que somos estimulados o tempo todo por gurus da autoajuda, palestrantes motivacionais, eles conseguem sim nos deixar entusiasmados.
Você constrói tudo muito perfeito na sua mente, mas esses mesmos que nos “vendem essa ideia perfeita de projeto de vida maravilhoso” se esquecem de nos avisar que a vida não está nem um pouco preocupada, muito menos comprometida, em nos ajudar a chegar lá, a conquistar nosso objetivo em particular, a atingir esse projeto de vida.
Esse pessoal que nos induz a planejar a vida boa; colocam sobre nós toda a responsabilidade, a culpa, pelo fracasso, isso nos sobrecarrega emocionalmente, ainda mais quando nos comparamos e isso torna-se a cada dia que passa mais comum devido a redes sociais e suas postagens utópicas.
As vicissitudes, contingências da vida estão aí, ao bel prazer, pouco se importando em nos ajudar, por vezes elas apenas contribuem com seu estresse, com sua baixa autoestima, sendo um estopim para doenças emocionais, como ansiedade, depressão, excesso de trabalho (síndrome de burnout) e afins.
Já nadei nesse oceano e quase me afoguei, portanto eis aqui a dica de um reles mortal: cuidado nesse anseio pelo sucesso do seu plano de vida, do seu projeto pessoal e profissional. Já o outro lado da moeda também não tem muita vantagem, principalmente quando você não tem maturidade suficiente e acaba se deixando levar por qualquer situação, pessoas, desejos.
Se acabando no álcool, drogas, prazeres carnais, como se não houvesse um amanhã, como se não houvessem consequências dessa postura chamada por Freud, o pai da psicanálise, como sendo o ID.
Encontrar a felicidade na vida perfeita foi uma proposta do filósofo Aristóteles, a qual ele chamava de eudaimonia, viver os prazeres com certa maturidade era uma proposta dos chamados hedonistas e do grande Epicuro. Há ainda uma corrente da filosofia chamada existencialista que possui um grande nome, o francês Jean-Paul Sartre , que defende que somos Nada, e assim temos a responsabilidade angustiante de nos fazer, ele defendia a tese de que somos condenados a ser livres! Sartre defendia que, com tal liberdade, podemos construir nosso projeto de vida, mesmo que isso gere angústia.
Pois bem, tendo citado minhas experiências anteriores e citando alguns pensadores, nessa primeira semana de aula um aluno me perguntou quais os meus planos para 2024.
Pensei por alguns segundos antes de responder e expus da maneira mais didática e pessoal possível que meu projeto de vida, meus planos se resumem a acordar bem, ter atitudes empáticas e éticas, dando meu melhor durante meu dia, chegar em casa, jantar, tomar um banho, e deitar na cama com a sensação de dever cumprido!
Já foi a época de me acabar pensando no futuro sem desfrutar dos instantes do cotidiano que não únicos, que são singulares, hoje me permito parar no parque a apreciar uma árvore florida, atitude que jamais eu tive anteriormente na ânsia de atingir meus planos, de alcançar meu projeto de vida. Pense nisso que expus nesse artigo, e reflita o que é melhor para você: um projeto de vida ou um singelo plano do dia! Um grande abraço.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial