Você já parou para se perguntar o por que existem celebridades? Por que fomentamos uma idolatria para com algumas pessoas, seja lá em qual área for, jogadores, cantores, atores e afins…?! Seria uma forma de nos enxergamos neles como um “ideal de ser”, como um sonho utópico que ainda existe em nós? Vamos refletir sobre isso, você me acompanha? Venha comigo, se você se perder e paro, volto e lhe busco para caminharmos nessa linha de raciocínio.
Na história da filosofia existe um grande pensador chamado Platão (que deu base para a temática deste livro), cerca de V século a. C, que defendeu a chamada Teoria das Ideias, onde haveria o nosso mundo físico imperfeito e um mundo perfeito e ideal, ainda não alcançado.
Partindo desse princípio filosófico, podemos trazer esse conceito para refletirmos aqui sobre a temática das celebridades: seriam elas um símbolo de quem gostaríamos de ser em nosso ideal de vida perfeita? Fama, poder, status, dinheiro, privilégios, regalias… São alguns dos principais atributos de uma celebridade e aqui me pergunto e lhe pergunto o por que desejamos tanto isso? Por que buscamos um autógrafo?
E por que pessoas compram uma chuteira, uma roupa autografada pagando ‘rios de dinheiro’ por tal objeto assinados por alguma celebridade? Por que buscamos tanto aquela self, ser como ele, como ela, nos vestirmos igual, termos o mesmo corte de cabelo, as mesmas tatuagens, adereços, carro…?
O conceito de celebridade advém de celebrar, festejar, comemorar, deixo aqui mais uma provocação típica da filosofia: é possível celebrar, festejar, comemorar o “simples” fato de acordar vivo e com saúde? De ter entes queridos que cuidam de você nos momentos que você mais precisa? Celebrar a conquista de um emprego, de uma gravidez, de um transplante de órgãos…
A reflexão aqui tem o intuito de estimular o senso crítico, não que você precise parar de adorar celebridades, mas se perguntar o por que faz isso? Será que aquele ator, aquela atriz, aquele jogador, aquele cantor, cantora que você tanto idolatra, aquele político que você tanto defende, será que todos eles sequer sabem que você existe?
Já parou para pensar que sem eu, você e as pessoas comuns deixando de idolatrá-los eles não seriam celebridade alguma, e seriam como nós: pessoas comuns?!
Nós precisamos deles ou eles é quem precisam de nós? Já parou para pensar em todas as salas de cinema pelo mundo à fora vazias na estreia de um filme de Hollywood que teve milhões de dólares nele investido, o fracasso que seria? E num jogo de futebol de um grande time em que o estádio estivesse vazio, e ninguém acompanhasse ele pela tv ou internet? E um show em um rodeio de enorme porte vazio, onde o cantor cobra milhões para lá se apresentar e não ter sequer um ingresso vendido para prestigiá-lo?
Repito o questionamento: Nós precisamos deles ou eles é quem precisam de nós?
Nessa era digital em que estamos vivendo o que mais encontramos são essas pessoas comuns sendo vistas como pessoas extraordinárias melhores do que as demais e nessa imagem distorcida que encontramos na mídia em geral pautamos nossa vida em função de acompanhar a carreira e a vida (em jornais de fofocas) sobre essas pessoas. O por que fazemos isso?
Entretenimento é sempre bem-vindo, mas idolatrar fulano, cicrano, beltrano é realmente saudável? Termino estimulando você a pensar mais sobre isso, e talvez considere olhar mais para si elogiando-se, orgulhando-se de quem é, com moderação para não se tornar uma pessoa arrogante e/ou soberba, e deixando de lado tanta idolatria para com celebridades que, em essência, são como eu e você! Um grande abraço.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial