Bem sei que o título parece um trava língua, algo confuso demais pra se entender de ‘bate-pronto’, mas é justamente a partir dele que quero lhe convidar a refletir sobre um tema que envolve principalmente reciprocidade. Você topa me acompanhar nessa reflexão? Adoraria muito sua companhia. Pois então, vamos lá!
Atenção é uma palavra forte, se nos referirmos a sua aplicação no trânsito, por exemplo, diz respeito à cautela, tem a cor amarela simbolizando seu significado prático; atenção diz respeito a parada! É como um convite para parar e… Observar, ouvir, sentir, pensar, lembrar, imaginar. Atenção na atenção!
Convido você a migrarmos juntos de área, e irmos do trânsito para os relacionamentos, os mais diversos relacionamentos humanos. Você se considera uma pessoa atenciosa? Aquela pessoa que se dispõe a ouvir o que o outro tem a lhe dizer, que não julga, que ajuda, que acolhe olhando nos olhos, dentre tantas outras condutas típicas de uma pessoas atenciosa?!
Há quem encare o excesso de necessidade de atenção como sendo sinônimo de carência afetiva. Os críticos se expressam dizendo coisas como: “- Fulana está carente, cicrano não sabe se amar, beltrana não se valoriza…” O que você acha disso? Conhece quem diga algo semelhante? Conhece quem tenha a postura criticada nos exemplos que dei? E você, você se considera uma pessoa carente? Agora gostaria de ir para outra direção em nossa reflexão, pensando em reciprocidade. Reciprocidade é receber algo na mesma medida que fora entregue.
Penso que um relacionamento, seja lá qual for, necessita de reciprocidade para ser rico e se sustentar. Preste atenção na atenção!
Preste atenção na atenção que você anda dando àquelas pessoas que querem seu bem, que estão com você na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por vezes nada ganhando com isso. Preste atenção na proporção de atenção que anda devolvendo à quem lhe quer bem, à quem lhe faz bem, a quem lhe dá carinho e atenção, à quem faz de tudo pra lhe arrancar um sorriso em meio a um dia turbulento.
Preste atenção na atenção que você anda recebendo nos seus relacionamentos e reflita: será que você está recebendo a mesma atenção que está dando para determinada pessoa? Será que é válido aceitar que a atenção que esteja recebendo seja muito inferior aquela que você esteja dando? Você encara sua atenção tal como uma doação (pois se assim for, é válido dar sem esperar nada em troca)?
Mas e se você dá exaustiva atenção, se submetendo a se humilhar, perdendo a sua essência e dignidade e não recebe a tal “dona atenção” na mesma medida? Você já parou para refletir sobre isso em sua vida, nos diversos relacionamentos que vem alimentando?
Preste atenção na atenção que andam lhe dando, que andam lhe devolvendo, se que é lhe devolvem… Hoje em dia, com redes sociais o que mais ocorre é visualizar e não responder, chegando até a bloquear determinada pessoa.
A decepção e frustração no tocante à atenção se mostra muito presente em relacionamentos entre “casais”, onde existe uma atenção grandiosa de um dos envolvidos e total descaso da outra pessoa. Prioridade: qual a sua? Qual a da outra pessoa com a qual você se relaciona e dá atenção?
Convido você a prestar atenção na atenção que anda dando e recebendo, convido você a valorizar a atenção que recebe das pessoas que lhe querem bem, convido você a prestar mais atenção nos resultados: ganhos e perdas que isso anda envolvendo, sejam lá ganhos materiais e/ou emocionais.
Olhe de fora, tenha um olhar panorâmico, enxerga o histórico, as desculpas que você ouve, ou pior, que você se dá pela ausência de reciprocidade na atenção não recebida. Convido você a olhar para si, enxergar em si qualidades, virtudes, valores, princípios, e partindo disso, convido você a não mendigar atenção. Doe-a, mas não a mendigue. Preste atenção na atenção!
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)