Em estado de emergência desde sexta-feira (20), Campinas recebe neste sábado (21) a visita do governador Tarcísio de Freitas. Além do encontro com o prefeito Dário Saadi para falar dos estragos dos dias seguidos de tempestade no município, o governador visitará, às 10h, o local onde desabou a ponte que ligava o Jardim das Bandeiras ao Jardim Icaraí, na Rua Ferdinando Turquette.
Tarcísio de Freitas estará acompanhado do coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Henguel Pereira. Além de Campinas, eles visitarão os municípios de Capivari e Monte Mor para vistoriar as áreas atingidas pelas fortes chuvas dos últimos dias. Em Capivari, o governador irá ao abrigo temporário montado para acolher as vítimas afetadas.
O decreto sobre o estado de emergência em Campinas foi publicado neste sábado (21), em edição extra do Diário Oficial do município.
O primeiro mês de 2023 é o mais chuvoso em Campinas desde 2017, segundo levantamento feito pelo Cepagri da Unicamp. Em 19 dias, o volume acumulado é de 336 milímetros, pouco abaixo dos 355 registrados em janeiro de 2017 e que provavelmente serão superados nos próximos dez dias, já que a previsão é de mais chuva para o município, sobretudo no início da próxima semana. Nesta sexta-feira (20), a chuva voltou a cair no final de tarde e trouxe mais estragos, porém, em menor quantidade na comparação com os últimos três dias.
A região Noroeste, onde fica o Satélite Íris, foi a mais atingida. Balanço da Defesa Civil desta sexta-feira informa que das 14h as 19h foram registradas 32 ocorrências em Campinas. Há mais duas pontes em risco, na Chácara Santa Margarida e no Parque Brasília. Foram registrados oito alagamentos de imóveis, quatro deslizamentos, no Jardim do Lago Continuação, Jardim Indianópolis, Parque Jatibaia (Sousas). O deslizamento no Jardim do Lago Continuação deixou três imóveis em risco.
Há também mais três imóveis, três muros e nove árvores em risco, além de um poste.
Acumulados
Conforme o Cepagri, a média histórica para o mês é de 277,6mm. A série do centro meteorológico da Unicamp indica 2007 como o janeiro mais chuvoso. Na ocasião foram registrados 488,9mm de chuva em 30 dias. Até o momento, o volume em Campinas corresponde a quase 69% do recorde. O janeiro mais seco foi de 1998, com 107mm.
Tudo indica que janeiro irá repetir dezembro no que se refere a grandes volumes de chuva. Dezembro fechou o ano com recorde 523mm, quando a média histórica esperada era de 236mm. Foi o mês com mais chuva de 2022.
Nesta sexta-feira (20), o prefeito Dário Saadi decretou estado de emergência em Campinas em virtude das tempestades dos últimos três dias, quando caíram mais de 209 milímetros de chuva em apenas 72 horas.
De acordo com a Defesa Civil do estado, neste sábado (21) e domingo (22), os dias serão marcados pela presença do sol entre algumas nuvens, o que elevará a temperatura e a sensação de calor. No decorrer da tarde, a umidade proveniente do oceano e da Amazônia aumentarão a nebulosidade e as condições para pancadas de chuva isoladas, típicas de Verão, seguidas por descargas elétricas e rajadas de vento.
Entre segunda (23) e quarta-feira (25), a passagem de uma frente fria próximo à costa intensifica as instabilidades sobre o Estado, aumentando o risco para temporais com raios, rajadas de vento e queda de granizo.
Os atuais modelos meteorológicos, informa, indicam acumulados moderados em todas as regiões paulistas.