Quem nunca se perguntou por que estourou o encanamento em pleno domingo à noite, quando tudo está fechado? Onde encontrar um encanador nessa hora? Ou, então, ter o principal equipamento de trabalho queimado por uma oscilação na energia elétrica no momento que você mais precisa dele? Situações como essas são muito comuns e se tornaram ainda mais com a pandemia, quando a maioria das pessoas passou mais tempo dentro de casa. Mesmo agora, com a retomada ao trabalho presencial ou mesmo com a jornada híbrida – parte home office, parte presencial – o brasileiro percebeu a importância de ter uma proteção para casa ou para o seu negócio, já que muitos empreenderam ou adaptaram o imóvel para agregar sua empresa.
Prova disso é o aumento significativo do seguro residencial no Brasil. Segundo dados da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), no primeiro semestre de 2021 o faturamento com esse segmento chegou a R$ 1,78 bilhão em volume de prêmios, o que representa um crescimento de 19,1% sobre o mesmo período do ano passado. Essa expansão na carteira das seguradoras deve-se ao fato de as pessoas estarem investindo em suas casas e trazendo junto com isso, o seguro. A maior procura por esse tipo de proteção é devido ao fato de a cobertura básica ir além dos sinistros. Ela inclui serviços adicionais como encanador, eletricista e chaveiro, consertos de aparelhos eletrodomésticos, entre outros.
No recorte regional, o crescimento na contratação de seguros residenciais com cobertura para pessoas que têm negócios em casa teve uma elevação ainda maior: 34% em Campinas e região entre janeiro e agosto de 2021, se comparado ao mesmo período do ano passado.
Os seguros residenciais comuns normalmente não cobrem bens destinados às atividades profissionais dentro de casa. Para isso, é preciso ter uma cobertura específica para aqueles que trabalham em seu próprio lar. É o caso, por exemplo, de um profissional do ramo da confecção de roupas que as produz dentro da própria casa, realizando as vendas pela internet. Ele precisa de diversos tipos de equipamentos e materiais, e esses itens devem estar protegidos e seguros. Nesse caso, o ideal é optar por um seguro residencial que garanta também a atividade comercial desenvolvida na residência.
Com esse tipo de cobertura específica são amparados desde escritórios até pequenos comércios na residência – abertos ao público ou não – como advogados, contadores, revendedores de produtos, confeiteiros, salões de beleza, artistas plásticos, pequenas franquias e outros profissionais.
Eles podem contratar uma cobertura que garanta itens de escritório, equipamentos e móveis do local e é ideal para profissionais liberais, autônomos e empreendedores que trabalham em casa, com ou sem CNPJ. No entanto, quem trabalha em home office apenas de forma esporádica ou tem o local como ambiente secundário de trabalho não pode ser contemplado com essa proteção.
O ideal é optar por coberturas que correspondam às necessidades dos segurados e com valores suficientes para repor os bens em caso de um sinistro. Assim, a apólice fica mais personalizada e pode ainda contar com uma série de serviços 24 horas que, se contratados individualmente, sairiam mais caros que o valor total do seguro.
Com a proteção, o segurado fica amparado contra possíveis danos e garante a continuidade das atividades, mesmo após imprevistos.
Outro ponto importante sobre o seguro residencial é que ele auxilia no planejamento financeiro ao controlar as despesas que impactam o orçamento familiar. Boa parte dos prejuízos pode provocar consequências que afetam o bolso, o trabalho e, consequentemente, a família. Por isso, é importante considerar que, além de ser uma proteção financeira e material, é uma forma de investimento.
Walmando Fernandes, administrador de empresas e MBA em gestão empresarial, é Head da Porto Seguro na região de Campinas