Recordo-me de quando tinha que dirigir para outras cidades para participar de eventos e não havia nenhum aplicativo que servisse de guia para tais logísticas. Tudo era na base de ler placas de sinalização de trânsito e na base da boa e velha pergunta. Faço aqui um parêntese para uma frase popular que é dita como: “Quem tem boca, vai à Roma”. Descobri que na realidade tal frase deveria ser dita assim: “Quem tem boca, vaia Roma”, frase do Império Romano que envolvia política e etc.
Convido você minha querida leitora, meu caro leitor a refletir comigo para ver se há aplicados que nos levem a um lugar muito conhecido, mas quase pouco frequentado: o lugar do outro! Você vem comigo nessa leitura? Acompanhe-me, por favor.
Pois bem, me parece que vivemos em tempos de uma divisão social do quesito empatia (não sei se isso se caracteriza como impacto pós-pandemia ou não). Há pessoas que não estão nenhum pouco preocupadas com o outro, com o próximo, com os impactos das suas ações.
Há também o outro extremo; os que antes de tomarem qualquer decisão pensam sim, e muito, em suas possíveis conseqüências sociais. É justamente aqui o cerne de nossa reflexão: o chamado lugar do outro! Você já parou para pensar sobre isso? Sobre qual seria seu “padrão” de valores, se pensaria primeiro em si próprio ou primeiro no bem comum?
Essa é uma reflexão muito pertinente na área da filosofia, área em que atuo como professor. Nela encontramos vários autores na área da ética que tentam descrever como a relação com o próximo se daria, há pensadores que definem a relação como sendo embasada pelo prazer que se tem a partir delas, como bem descreve Epicuro.
Há quem defina a relação com o próximo sendo como uma situação de grandes conflitos, como descreveu Sartre, há pensadores pessimistas como Bukowski, que pouco se importavam com o próximo e com a vida de modo geral, e dentre grandes nomes há um alemão chamado Kant, este sim tem uma máxima, chamada de Imperativo Categórico, uma teoria que delega ao sujeito total responsabilidade pelos atos e que seriam atos que todos devessem seguir e praticar.
Um ato padrão, ou seja, você não iria querer fazer o mal, pois se isso se tornasse padrão, você em algum momento seria vítima desse mal, vítima desse ‘ato padrão’ que você mesmo elegeu, sendo de sua inteira responsabilidade.
Tendo exposto teorias da filosofia para embasar nossa reflexão, podemos recorrer à psicologia e conceitos como o da empatia, o da alteridade, que dizem respeito a pensar no próximo, dizem respeito a incluir o próximo nos possíveis impactos de uma possível atitude sua. A pergunta chave para essa nossa reflexão é: e se fosse com você? Como você se sentiria?
Antes de agir, hoje, após essa leitura, eu convido você a se fazer essa pergunta nas várias atitudes que vier a ter. Vivemos em pleno século XXI, em uma geração globalizada, digital, com inúmeros acessos a redes sociais, sites, notícias, e dentre tudo isso, existem aplicativos que nos servem de guia em nossa logística, que nos servem de mapa para que cheguemos a nosso destino.
O lugar do próximo é um lugar muito explorado em textos, em filmes, novelas, palestras motivacionais e livros de autoajuda, mas na hora H, na hora de ser colocada em prática, toda a teoria parece escorrer por entre os dedos, tudo o que fora ouvido parece ter entrado por um ouvido e saído pelo outro.
O lugar do outro é famosíssimo, mas pouco frequentado, seria ele um local perigoso? Difícil de ser encontrado? Ou seria ele um local satisfatório, humilde e amoroso ao ser localizado? Reflita sobre esse local, esse lugar, você o considera fácil ou difícil de ser encontrado e frequentado? Um grande abraço.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)