O capital humano resulta da quantidade e qualidade da educação, saúde, cultura, esporte e muitas outras atividades que visam dar às pessoas melhor condição de vida e, com isso, elevar a sua contribuição para o crescimento econômico e para si próprias, em termos de empregabilidade, mobilidade social e avanço de renda.
No índice de capital humano do Banco Mundial, o Brasil está muito atrasado, ocupa o 81º lugar de 157 países. Vivi e apoiei as duas instituições que integram o Sistema S a minha vida toda e sei que elas são fundamentais para o Brasil. Vamos defendê-las.
Nas escolas do Senac, são formados e aperfeiçoados os profissionais mais demandados pelo mercado de trabalho brasileiro em tecnologia da informação, marketing digital, gestão de negócios, design, gastronomia e alimentação, hotelaria e turismo, idiomas, comunicações e artes, meio ambiente, enfermagem, farmácia, exames de imagens, ótica, odontologia, segurança no trabalho, além de inúmeras profissões do futuro, tais como gestão de sustentabilidade, gestor de qualidade de vida, técnico em operações logísticas, especialista em computação na nuvem, gestor e operador de e-commerce e muitas outras. Em todas elas, a dimensão socioemocional dos alunos é muito bem cuidada.
A contribuição do Sesc também é fundamental, oferecendo cultura, educação, saúde, lazer, turismo e assistência para credenciados e população local. O que o faz um dos principais espaços de atividades culturais e lazer em muitas cidades do Brasil.
As pessoas atendidas pelo Sesc e Senac gozam de melhor qualidade de vida, se empregam com mais facilidade, sofrem menos rotatividade e têm renda mais alta quando comparadas à população que não recebe esses apoios nos campos atendidos pelo Sistema S. Tudo isso é mantido pela contribuição das empresas do comércio, serviços e turismo em um ciclo virtuoso.
Afinal, para as empresas, a melhoria do capital humano eleva a produtividade e a competitividade, para os trabalhadores, representa mais emprego e melhor rendimento, além de melhor qualidade de vida. Aí está a força do capital humano, que, ao ser incrementado por essa relação entre empresas e trabalhadores, melhora a vida de um país e, ainda mais, proporciona um futuro melhor para todos.
Por isso, um eventual corte dos recursos destinados a essas atividades redundará em perdas irreversíveis para as empresas, para os brasileiros e para a economia do país. Na verdade, o Brasil precisa ampliar as atividades voltadas à formação do seu capital humano e não reduzir.
É preciso escutar as palavras de Paul Krugman, Nobel em economia, que diz que a educação e a saúde não são tudo, mas quase tudo.
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social.