A violência no mundo é algo que realmente me assusta, mas quando essa violência invade a escola, me aterroriza ainda mais. Sou movida a acreditar em dias melhores, dias de paz, dias de ir para a escola sem medo. Ainda tenho esperança de que as coisas vão melhorar com “pequenas” atitudes vindas de nós e das pessoas que convivemos.
Um exemplo bonito e que, me emocionou bastante, foram algumas atitudes da minha escola em responder a violência de forma não violenta, de uma forma humana e admirável.
Poucos meses atrás, a escola que eu estudo (e que tenho muito orgulho de estar lá) postou uma carta de repúdio se referindo a atitude de uma pessoa da escola que fez uma suástica (símbolo nazista) no banheiro masculino.
Depois desse acontecimento triste e preocupante para todos nós minha escola tomou atitudes muito sábias.
Foram várias ações: Nós alunos tivemos palestras sobre “Extremismos políticos – Compreendendo os ataques as escolas“. Foram realizadas reuniões para planejar ações com os alunos sobre formas de conscientizar sobre tais assuntos (grêmio, monitores e representantes de classe participaram). Além de abrir espaços para os saraus, que eu sou simplesmente apaixonada!
Nesse ambiente que conversa com a arte, nós alunos podemos expressar de forma artística também nossas emoções.
Vejo como essas atitudes fizeram a diferença nos acolheram em momentos tão frágeis. As atividades que me marcaram foram: a oportunidade de escutar o que nós adolescentes temos a dizer e conhecer o que pensamos, ouvir como as pessoas que estão ao nosso redor se sentem, proporcionar um ambiente seguro para nos expressarmos (como o sarau).
Além disso, me encantou ter a possibilidade de conhecer e conviver com pessoas inspiradoras que passaram suas vivências e experiências. Essas oportunidades trouxeram para dentro do ambiente escolar momentos de reflexão muito importantes para todos que habitam a escola.
Acredito que ter contato com essas experiências me transformou.
Tenho certeza que, assim como me afetou positivamente, mudou também o olhar de outras pessoas de diferentes formas.
Vejo que minha escola se inspirou em Martin Luther King: “Uma das coisas importantes da não-violência é que não busca destruir a pessoa, mas transformá-la”.
Que a gente siga conseguindo se transformar e transformar o outro de forma não-violenta!
Giovanna Quésia, 15 anos, acaba de ingressar no Ensino Médio e está cursando enfermagem no Cotuca. Apaixonada por arte, ela pinta quadros e até a parede do seu quarto. Seu artista favorito é Vicent Van Gogh e tem uma tela que reproduziu dele chamada Noite Estrelada.