O rei Charles foi coroado na Abadia de Westminster. Pompa demais para um momento em que a Inglaterra sofre muito.
Este é um mundo cada vez mais confuso e inimaginável. Muitos morrendo de fome sob desemprego crônico, outros poucos, 2.654, com fortunas incalculáveis e, uns mais poucos ainda, dentro de uma realeza que parece sem sentido.
Como tive muitas oportunidades incomuns, uma delas acabou se dando na Escócia onde fui conhecer o então príncipe Charles e participar de uma tradicional cerimônia do Reino Unido.
Se não soubesse quem ele era, não diria que tinha qualquer sangue azul. Era uma pessoa simples, cheia de incertezas pessoais, numa cerimônia também insossa, que consistia em ele receber a chave da Escócia e a devolver aos escoceses afirmando que eles são os melhores cidadãos para cuidar daquele país.
Mas, para seguir a tradição da cerimônia, deveria estar presente ao menos um estrangeiro como testemunha do ato. E lá estávamos, eu e uma das minhas filhas. Parece piada: o príncipe, um lorde escocês, sua esposa e dois caipiras do Brasil. Risos.
Coisa de inglês misturado com escocês, que precisa existir para que todos se sintam mais unidos. A pergunta que fica no ar é: se fizéssemos uma cerimônia parecida no Brasil, quem chamaríamos? Difícil, não é?
Mas, como somos uma nação ainda em construção, salvo pela imperatriz Leopoldina, temos muito a fazer antes de coroar alguém. E se fosse coroar uma pessoa, eu já teria alguém para indicar que já carrega essa alcunha.
Quem? O rei Pelé! E então se Pelé ainda estivesse por aqui chamaríamos o rei da Inglaterra para ser a testemunha. O que acham?
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social.