Querida leitora, caro leitor, cá estamos nós para explorarmos juntos a nossa reação perante a fase interminável que estamos vivenciando: essa quarentena por conta da pandemia. Pois bem, hoje tive o insight de unir temas em comum, basicamente a partir de três áreas do saber humano: a filosofia, a PNL (programação neurolinguística) e o senso comum. Tendo tais áreas como base, irei provocar você! Isso mesmo, você, pois como professor de filosofia que sou, acredito que a mudança advém das “cutucadas” que recebemos, tal como Sócrates, grande nome da filosofia grega, fazia usando o método denominado de Maiêutica, ou seja, um método no qual através de perguntas o indivíduo dá a luz a uma nova ideia, uma nova visão, tem um insight valoroso. Sem mais delongas, vamos ao tema, acompanhe-me, por favor.
Podemos começar com qualquer um dos pontos de nosso tripé, mas vamos ser didáticos e iniciar as provocações partindo do senso comum e a célebre metáfora tão conhecida pela grande maioria da roda do ramster: quem nunca viu ou ouviu dizer a respeito da roda de tal roedor, na qual ele corre até seu corpo aguentar, talvez pensando que irá chegar à algum lugar, mas para a frustração do animalzinho ele sai da roda e ainda está na gaiola, gaiola esta que talvez deseje ardentemente fugir, pois a vê de fato como uma verdadeira prisão. A partir do exemplo e da linguagem poética utilizada, sentiu certa angústia enquanto lia? Se sim isso é um bom sinal, se não, talvez esteja faltando um pouquinho, pra não dizer muito de empatia em ti.
O segundo pilar que nos espera é o da filosofia e aqui iremos explorar o chamado mito de Sísifu. O mito conta a história da condenação pelos deuses gregos a um homem, a condenação trata-se de fazê-lo empurrar uma bola de pedra cinco vezes maior do que ele para o alto de uma montanha e lá no topo ele se libertará de tal condenação. O problema é que apesar de todo o esforço que o homem ali deposita, a bola, ao chegar no topo, sempre escorrega e retorna para baixo, fazendo o homem desanimar, se sentir esgotado até que resolve empurrá-la novamente para o topo do monte e chegando próximo dele a bendita bola de pedra torna a escorregar para baixo… E assim se sucede o tal castigo, a tal condenação, eterna!
O terceiro pilar está na área que gosto muito e dou treinamentos e formações: a PNL, nela dentre muitas ferramentas de desenvolvimento humano encontramos o fator das programações que instalamos; que registramos em nossa mente, a partir de experiências e vivências de grande impacto emocional. Podemos chamá-las de crenças. Elas regem nossa vida, regem nossas ações, reações, escolhas, pensamentos, fisiologia, mentalidade.
Não conseguimos parar de pensar um só segundo, mas podemos controlar o que pensamos e como iremos reagir, a partir de técnicas da PNL. O ponto aqui é assemelhar tal similaridade entre: as repetições do homem que empurra inutilmente a roda de pedra para o topo buscando a libertação e a corrida do ramster, corrida esta inútil buscando incessantemente a fuga, a liberdade. Com nossa mente é assim, semelhante, somos prisioneiros do que pensamos, do que escolhemos acreditar. Trata-se de pontos de vista, na maioria das vezes a mente mente!
Perceba como você reage, se você acredita que pode ou que não pode, em ambos os casos você estará certo e eu lhe pergunto: por que ser a pessoa que és hoje se você pode ser melhor do que isso? Saiba que se é possível para alguém, é possível para você, pode não estar possível, mas é possível! Cabe a você identificar os fatores e as crenças que o aprisionam nesse seu estado atual, usando a linguagem do Coaching, área que também possuo formação. A PNL tem nela um tripé muito interessante que é: fisiologia, representação interna e linguagem.
Qualquer uma das três áreas diz respeito às crenças que temos armazenadas em nós, pois se você por exemplo expressa que algo é difícil, isso impacta em uma postura retraída com a coluna e ombros e mentalmente você imagina o fracasso, dialogando consigo que não irá conseguir realizar o que tanto quer, fazendo com que tal ciclo se repita, como a bola de pedra sendo empurrada para o topo do monte, como a corrida inútil do ramster. A partir dessas exposições, em qual área da sua vida você não consegue progredir? Reflita, sem pressa, o primeiro passo para novos resultados é a mudança em alguma área da sua vida e isso só você pode se responder. Grande abraço.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguísta (PNL)