Recentemente saímos das festividades e clima de final de ano, ali tivemos os preparativos para o Natal, tivemos a ansiedade da virada de ano e agora… Bem, agora é que iremos perceber se os ideais planejados nessa época estão se concretizando ou irão ficar engavetadas como ficam todo ano, repetindo as mesmas histórias de sempre. Posso contar com sua companhia nessa reflexão de hoje? Maravilha, então vamos a ela.
Essa semana me deparei com uma criança perguntando: “Por que todo dia não é Natal? Seria tão bom se fosse…”, foi o que ela perguntou e logo expôs seu ponto de vista. A partir dessa indagação (que achei de grande complexidade), posso estendê-la aqui para toda e qualquer data de grande importância em nossas vidas. Qual seria sua resposta para a pergunta desse garoto?
Com certeza, sob o olhar pragmático, ele tendo sua família unida, com festividades, ganhando presentes, enxerga o Natal como uma data que mereça não acabar, de tão boa que é, mas e se o Natal com esse clima fosse todo dia? Será que ele não perderia o valor? Será que a graça está em sua espera? Será que a ansiedade pelas datas comemorativas agregam valor à data em si?
Como seria se todo dia fosse Natal, se todo dia fosse Ano Novo, se todo dia fosse seu aniversário (focando aqui nas festividades, momentos bons, ao lado de boas companhias, viés material e afins…), será que essas datas não perderiam seu valor de felicidade que elas consigo trazem?
Platão já dizia em sua obra O Banquete que somos seres “desejantes”: desejamos o que não temos, e ao obter, passamos a desejar outros ideais, insaciavelmente… Assisti antes de ler esse artigo a um filme bastante relevante, chamado Clube da Luta e lá dentro do contexto há duas frases que muito me intrigaram e veem de encontro na temática desse artigo que já objetivava escrever, são elas: “As coisas que você possui acabam possuindo você” acerca de obsessão material e por status e a outra é “Por que será que vivemos trabalhando para produzir o que não consumimos e, em troca disso, consumimos o que não nos é útil e temos o que não utilizamos, e, por fim, nunca estamos satisfeitos?”.
Frases de um filme de 1999, trazendo à tona uma crítica moral de 500 a.C de Platão. Há ainda um filósofo alemão chamado Nietzsche que expôs o seguinte: “A felicidade é frágil e volátil, pois, só é possível senti-la em certos momentos. Na verdade, se pudéssemos vivenciá-la de forma ininterrupta, ela perderia o valor.”, essa seria uma boa resposta ao garotinho sobre a ineficácia de o Natal ser vivido todo dia?
Para fecharmos esse artigo penso que desde Platão, passando por Nietzsche em teorias filosóficas, percebemos que na grande maioria o que nos motiva é o anseio por algo novo, por algum ideal, por uma data, o que pode acarretar em ansiedade patológica, já que o hoje não tem validade alguma, porém se todo dia fosse celebrado o Natal, ele certamente perderia seu significado.
A felicidade só tem validade pela falta da mesma, é por isso que existem os antagonismos como calor e frio, dia e noite, sol e chuva, alegria e tristeza, amor e ódio… E agora?
Qual a melhor maneira de viver: esperando as datas, ou vivendo-as como se sempre se repetissem hoje no presente? Haveria um equilíbrio, uma resposta pronta de como viver bem, da vida feliz?
Essa resposta você encontra no setor de autoajuda de livrarias, mas não em meus artigos, pois eu sou o primeiro a admitir que não a possuo, apenas admito que tento, dia após dia, ir aprimorando a melhor maneira de eu, Thiago Pontes, viver minha vida da melhor maneira possível, atendendo aos meus valores pessoais, creio que essa tarefa nada prazerosa também compete a você., você e mais ninguém, no que diz respeito a sua vida singular. Fica a proposta para sua reflexão. Um grande abraço.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial