O terreiro de umbanda Pai Tajubim, em Campinas, adiou o retorno dos atendimentos ao público, que estava marcado para esta quarta-feira (31). A instituição suspendeu as atividades logo após a abertura de inquérito por abuso e assédio sexual contra seu líder espiritual, Domingos Forchezzato, de 68 anos, dia 14 de julho. O terreiro informou que a reabertura dos trabalhos foi suspensa em razão do luto. Domingos foi achado morto na quinta-feira (27).
O corpo de Domingos foi sepultado no domingo (28), no Cemitério da Saudade, em Campinas. Familiares fizeram o reconhecimento, porém, o Instituto Médico legal ainda não concluiu o laudo que confirmará a identidade do babalaô do terreiro de umbanda de Campinas.
O líder suspeito de abusar de ao menos cinco mulheres estava desaparecido desde o dia 29 de julho. A justiça havia expedido mandado de prisão preventiva contra ele. O corpo foi localizado por populares, enroscado a galhos, na região do Bairro Village, em Barão Geraldo, próximo de onde Domingos desapareceu, na tarde da última quinta-feira (25).
Exames preliminares do IML indicam que havia água e resíduos no pulmão de Domingos, o que sinaliza a possibilidade de suicídio.
Domingos não fez nenhuma manifestação pública desde a abertura do inquérito policial para apurar as denúncias. O babalaô foi afastado de suas atividades no terreiro antes mesmo da abertura do inquérito, ainda no final de junho, quando as vítimas entraram com ação na justiça contra ele.
O relatório final do inquérito, que ficou à cargo da Delegacia de Defesa da Mulher de Campinas (DDM), está com o Ministério Público. Se a identidade de Domingos for confirmada por meio de exames de DNA, o MP deve decidir pelo arquivamento do caso. “Quando o suspeito morre no curso do processo, ocorre a extinção da punibilidade pela morte do agente”, esclarece a advogada das vítimas, Helena Otoni de Souza.