A proposta de reflexão do artigo de hoje se dá a partir da ansiedade que em geral temos de competir apresentando fatos maiores e mais impactantes que o que estamos ouvindo durante um diálogo. Convido você minha querida leitora, meu caro leitor a pensar sobre o tema e quiçá se reconhecer nele ponderando possíveis mudanças de comportamentos em um diálogo posterior. Venha comigo, por favor.
Pois bem, você já esteve inserido em um diálogo em que, ao você expor um fato, a outra pessoa se apressa em querer “competir” com você? Quer um exemplo? Você pode estar mal emocionalmente por descobrir que precisará fazer uma cirurgia no pulmão, você sente a necessidade de expor, de desabafar, mas escolhe a pessoa errada para fazer isso, pois ao expor tal fato para determinada pessoa, esta em questão se apressa em dizer que conhece alguém que passou por uma situação pior, mais grave, uma cirurgia de risco e que, mediante tal comparação, a sua não é de enorme relevância.
Você pode chegar a expor que está com uma dívida de X reais no cartão de crédito e a outra pessoa se apressa em dizer que deve para o banco, para o agiota, para o pai… Me fiz entender com esses exemplos? Percebe o quão desagradável é essa ansiedade em querer responder competindo com o que fora dito pela pessoa?!
Isso pode ocorrer com fatos negativos, mas também pode ocorrer com fatos positivos, imagine-se expondo em um diálogo que seu filho conseguiu entrar em uma Universidade pública, com muito esforço e expõe isso com uma energia contagiante, mas a outra pessoa se apressa em dizer que o filho dela passou em três Universidades, cursos de Medicina, com a melhor nota, sem muito esforço…
Como você enxerga essa ansiedade pela competição de fatos? Você já se pegou sendo uma vítima dela? Ou pior; já se pegou sendo o (a) protagonista dessa nossa reflexão, sendo aquela pessoa que quer o foco sobre si, egocêntrico, narcísico?!
Penso que temos dois ouvidos em uma boca, talvez seja para ouvir mais e falar menos, principalmente nessas horas, nesses diálogos sejam eles com viés positivo ou negativo. Eu era o tal ansioso competitivo há anos atrás, mas isso mudou, primeiro que evito expor desabafos para não ser interpretado como alguém que se faz de vítima e que só quer atenção, e mediante isso ao perceber que pessoas querem o holofote e “se gabam, se vangloriam” de conquistas, eu, ao invés de impulsivamente querer competir devolvendo alguma conquista minha, apenas paro, sorrio, respiro e digo: “Meus parabéns!”.
Ao ouvir o desabafo de alguém expondo momentos ruins que está vivendo, eu novamente ao invés de me apressar e competir devolvendo casos ainda piores, paro, respiro, ouço, estendo a mão, me coloco a disposição com a linguagem corporal, por vezes sem nada dizer, ou, se precisar falar, que não seja algo pior, competindo qual a maior desgraça já vivenciada entre eu e a pessoa em questão.
Escolhi esse tema para expor hoje, pois considero-o extremamente atual, isso pode ocorrer em um diálogo presencial, por redes sociais e até mesmo por postagens, para ver quem tem maiores conquistas, fez as maiores viagens, está com o corpo malhado em dia, nas melhores baladas… Quais os ganhos nessa prática? Eu enxergo-a como sendo totalmente desnecessária.
A partir dessa exposição, convido você minha querida leitora, meu caro leitor, ao se deparar com pessoas que querem expor grandiosidades de suas vidas (sejam boas ou ruins), que você não se apresse em dar devolutivas, principalmente no viés competitivo.
Deixe a pessoa ser a protagonista do diálogo, às vezes ela só quer desabafar, às vezes ela só quer se vangloriar e ambas as atitudes lhe fazem bem após tal exposição. Experimente ficar no seu canto, quieto (a), verá o quão rico é não entrar “nesse jogo, nessa competição de egos”, isso lhe trará mais equilíbrio emocional, não tenha dúvida! Experimente colocar em prática. Um grande abraço.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial