A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) estuda formas de promover o retorno às aulas presenciais a partir de outubro. Segundo o professor Antonio José de Almeida Meirelles, o Tom Zé, reitor da universidade, o retorno gradual deve acontecer de acordo com o avanço da imunização dos servidores e estudantes. “A nossa política tem sido de voltar às aulas presenciais em compasso com a imunização geral da universidade. Os servidores, os professores, que no geral têm mais idade, a gente imagina que devem estar completamente imunizados até setembro, dependendo da vacina recebida”, diz.
De acordo com o reitor, o avanço do calendário vacinal, atingindo pessoas mais jovens, já permite começar a planejar o retorno. “O adiantamento do cronograma de vacinação permitirá organizar um retorno antecipado do ensino teórico da graduação. Mas isso está estará submetido às questões de distanciamento social, uso de máscaras, higiene e ocupação máxima de 60% dos espaços, como determina o Plano São Paulo”, afirma.
Ele explica que as salas de aula, no geral, foram dimensionadas para cerca de 70 a 80 alunos, o que não permite o distanciamento necessário por conta do espaço físico limitado. “Seria muito difícil hoje, principalmente nas turmas do período diurno, ocupar esse espaço com 60% dos alunos e garantir o distanciamento”, diz. Por conta disso, ainda está sendo avaliado de que forma se dará esse retorno.
“A gente está pensando em algo híbrido, com uma parte presencial e outra parte remota, simultaneamente. Ou de repente fazer as aulas teóricas antes, de forma remota e deixar presencial somente a parte prática. Ainda estamos pensando como fazer”, admite.
Outra possibilidade é voltar às aulas presenciais apenas para quem mora próximo à universidade, em cidades da região de Campinas, e manter o ensino remoto para quem mora mais longe. De acordo com o reitor, 60% dos alunos são de fora da Região Metropolitana de Campinas (RMC). “Essas pessoas teriam de providenciar moradia. Se o ensino estiver híbrido, é muito complicado essas pessoas voltarem para Campinas, alugar casa para ter aula presencial duas ou três vezes por semana. Então é um assunto muito complexo, que precisa ser muito bem avaliado. É mais fácil parar do que voltar”, afirma.
Tom Zé adianta que vai dialogar e ouvir a comunidade universitária, incluindo dos campi de Limeira e Piracicaba, para verificar a melhor opção. “Nossa meta seria colocar todos na sala de aula já vacinados, mas não é fácil. Precisa tomar cuidado com a exposição não só da doença. Mas tem uma parte dos alunos que ainda não pisou na universidade. Temos alunos indígenas que estão na região amazônica por exemplo. É um público muito diverso na universidade”, lembra.
O reitor destaca que algumas atividades estão acontecendo de forma presencial, como as administrações centrais. “Tem atividades de programas da pós-graduação que incluem desenvolvimento de teses, dissertações e atividades laboratoriais ocorrendo presencialmente. A vacinação de alunos da área da saúde, como medicina, enfermagem, odontologia, fonoaudiologia, por exemplo, foi adiantada porque a formação deles exige atendimento a pacientes, e eles estão presencialmente”, destaca.
Unicamp em números
A Unicamp tem pouco mais de 33.000 alunos na graduação, nos programas de pós-graduação e nos programas especiais. Os servidores, entre docentes, pesquisadores e técnico-administrativos, somam pouco mais de 8.600, o que dá um universo de quase 42.000 pessoas na comunidade acadêmica.
As frases do reitor
“Estamos organizando o retorno às aulas teóricas. É possível que retornem gradualmente a partir de outubro, com os devidos cuidados. Mas vamos dialogar com a comunidade”, Tom Zé, reitor da Unicamp.
“O mais simples seria o retorno presencial das pessoas que moram perto de Campinas e as mais distantes a partir do ano que vem. Mas é um número grande de pessoas. A gente está pensando em fazer uma consulta para ver a disponibilidade das pessoas”, Tom Zé, reitor da Unicamp.