Com o fim da temporada de inverno 2022/2023 das semanas de moda internacionais, algumas iniciativas sustentáveis ganharam destaque nas passarelas: o upcycling mais sofisticado elegante e as aplicações em laser.
Vamos começar pelo upcycling. Essa técnica já é vista em algumas temporadas. É basicamente o uso de tecidos que seriam descartados ou sobras de materiais de antigas coleções. Há um tempo, essa técnica já é popular, principalmente, na moda jovem. Virando quase uma estética.
Na coleção da grife (Di) Vision, por exemplo, essa moda sustentável foi vista com o uso de patchwork, assim como no desfile da Etro.
Já as costuras aparentes foram vistas no desfile de Dur Doux, também outra inspiração. Isso continuou com a marca Concept Korea, assim como a grife mais nova No Sesso, que trabalhou nessa pegada.
Mas a novidade desta estética é o upcycling mais elegante. O desfile da estilista uruguaia Gabriela Hearst, da Chloé, mostrou bem o conceito em suas peças sustentáveis. A própria estilista disse em entrevistas que a demanda deste tipo de material vem aumentando e que está difícil conseguir peças descartáveis.
A grife Altuzarra também merece destaque por ter usado tecidos descartados. Numa coleção luxuosa.
A indústria do denin entrou na mesma vibe. Pudera! Sempre exigiu muita água e produtos químicos nas confecções. Só que já está inovando muito para se tonar sustentável.
O estilista londrino Conner Ives é um exemplo desta nova onda. Em sua coleção, usou aplicações feitas com laser, que reduzem água, sem utilizar os químicos que a lavagens exigem.
Outro que fez bonito nas passarelas foi o designer estreante Kevin Germanier, na semana de moda de Paris, com sua moda festa. Ele trouxe uma pegada cheia de aplicações e bordados feitos com contas, pedrarias e aviamentos. Tudo de tecidos descartados.
Nada de paetês, materiais bem difíceis para esse propósito! Ele já vestiu Lady Gaga, Taylor Swift e nossa diva Ivete Sangalo.
Isso tudo traz uma reflexão para pensarmos quando formos descartar nossas peças.
Como será desmontado, a vida deste produto, para que seja descartado de forma mais responsável. Para as roupas serem feitas, usadas e reutilizadas.
Daniela Nucci é jornalista – [email protected]