Penso que na vida temos fases, algumas agradáveis, outras nem tanto. Algumas que nos dão paz, outras que nos perturbam; de algumas nos orgulhamos, outras que buscamos silenciar. São episódios, momentos, fatos, escolhas pelas quais passamos tanto como protagonistas como meros coadjuvantes, mas o ponto é: existiram!
Conversava ontem com um amigo que não via há anos, ele me dizia que estava arrependido de algumas escolhas do passado, escolhas essas que marcaram muito sua existência. Eu aproveitei o assunto e também partilhei com ele sobre as minhas decisões de vida, desde sair do ramo bancário, desde não optar por seguir em área metalúrgica e escolher cair de cabeça (mesmo com medo do futuro) na área do pensamento e do desenvolvimento humano, tais como a filosofia, o coaching, a PNL e a psicanálise.
Pois bem, você já deve ter percebido que nosso tema de hoje refere-se ao arrependimento. Então que tal refletirmos juntos?
Tenho sido fortemente provocado por aquela famosa frase que diz: “A ignorância é uma benção!”, justamente por ela sugerir que o ato de estudar, buscar conhecimento, querer uma evolução pessoal acaba lhe tornando uma pessoa por vezes solitária, ou incapaz de se misturar aos grandes grupos. Reconheço passar por tal fase nesse exato momento, mas o contraponto dessa crítica é que a vida é feita de decisões. Ou você as toma e arca com as consequências, arca com as dores e as delícias da mesma, ou você se omite, vive alienado e delega a outros que decidam por você. Sem o direito de querer reclamar do que irá lhe acontecer como resultado. O que você prefere?
A questão do arrependimento é delicada, creio que seja válida e recomendada no âmbito criminal, em homicídios, violências, massacres, ou mesmo quando você ofende alguém. Mas quando nos referimos a escolhas de nossas vidas, decisões diárias dentro do trabalho, dentro dos relacionamentos, decisões suas de você com você mesmo, estas precisam ser refletidas com a maior lucidez possível, pois nossas decisões de outrora formam quem somos hoje.
Segundo o dicionário a palavra Arrependimento significa: “negação ou desistência de algo feito ou pensado em tempos passados”. Isso me faz recordar a seguinte frase do escritor brasileiro Paulo Coelho: “O maior de todos os pecados: o Arrependimento”.
Estou provocando você, querido leitor, para que cheguemos unidos até aqui e pensemos juntos no conceito de Arrependimento, no conceito e na ideia de Responsabilidade. À medida que você assume a responsabilidade por seus atos, mesmo que as consequências sejam as que você não esperava, mesmo assim você ao assumir tal responsabilidade, pode buscar o que há de mais precioso em toda e qualquer escolha: os aprendizados!
A equação é simples: Decisão + Responsabilidade = Resultado/ Aprendizados.
Eu continuo a provocação do tema de hoje da seguinte maneira: se você soubesse que apagaria todas as coisas boas que têm ocorrido em sua vida, principalmente família, filhos, você apagaria as decisões tomadas no passado? Que tal aprender com elas, mesmo aquelas que doem só de lembrar?
Ao apagar episódios do passado justificando arrependimento você estará automaticamente apagando sua história, seu presente, sua identidade. Em cada época tínhamos a nossa disposição um Eu, cheio de sonhos, vontades, limites. Sugiro que troque a culpa e o arrependimento pelo aprendizado e o planejamento para novas rotas de ação, agora muito mais fortalecido, pois como bem disse o filósofo Nietzsche: “O que não nos mata, nos fortalece!”.
O passado nos serve de guia, para vivermos bem o presente e preparar um futuro que nos seja favorável. Que tal trocarmos um arrependimento infértil e mecânico por um aprendizado que de fato floresça e dê novos frutos? Um forte abraço.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)