Finalmente, o meu medo do abuso da gigantes da mídia social vai ser aplacado. Elas estarão sob pressão dos governos europeus por hora, mas logo esse movimento se alastrará para o mundo, e espero que chegue ao Brasil também. Aí talvez eu fique mais tranquilo.
Explico o porquê: como nunca usei qualquer mídia social — o que muita gente critica e pelo que me chamam de velho, coisa que me diverte —, sinto que os agentes centrais devem se posicionar de forma a proteger o povo de mentiras cruéis e roubo deslavado dessas empresas que compram os políticos.
Podem me chamar do que quiserem, mas essas máquinas de destruir cérebros para ganhar dinheiro ou roubar a nossa alma e vendê-la por uns trocados precisam de um freio forte, e já.
E o martelo está prestes a cair em algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo, como a Meta, a Apple, o Google da Alphabet, em grande parte empresas de tecnologia americanas. Já na próxima semana, elas irão enfrentar a primeira onda de uma tempestade de novas regras tecnológicas pela União Europeia. Essas regras, e outras que entram em vigor nos próximos meses, marcam a maior expansão na regulamentação digital de todos os tempos no Ocidente, e vêm como um alívio aos meus medos.
Essas novas leis visam pressionar as grandes empresas de tecnologia a policiar melhor o conteúdo on-line e abri-las a mais concorrência, com supervisão constante dos reguladores autorizados a emitir multas enormes.
São mais que necessárias e semelhantes às que os EUA impuseram ao setor financeiro há quase um século, e mais recentemente para proteger os pequenos investidores e clientes. Na mesma linha, o Banco Central brasileiro está tentando conter as elevadíssimas taxas de juros aos clientes devedores em cartões rotativos.
Ou seja, a União Europeia está assustada com o que acontece no campo digital que pode ser nocivo com o mercado desregulado, sob interesses egoístas de agentes que tenham o monopólio. Com a implementação dessas novas regras seremos capazes de construir um sistema de contrapesos para evitar excessos.
Parabéns aos gestores europeus, parabéns ao presidente do banco Central do Brasil por sua forma inteligente de controlar os abusos dos gigantes, sejam eles financeiros ou de tecnologia. Aleluia!
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social.