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Emocional abalado

Poucas pessoas estão bem nessa fase de pandemia, com a casa virando escritório e sala de aula, por isso a psicóloga Miriam Cruvinel é a convidada de hoje da coluna Empodera: ela fala sobre saúde mental em tempos de Covid-19 e o que podemos fazer para manter o equilíbrio

Janete Trevisani Por Janete Trevisani
5 de maio de 2021
em Colunistas
Tempo de leitura: 5 mins
A A
Foto: Pixabay

Foto: Pixabay

A vida ficou de ponta cabeça de um ano pra cá. A casa virou local de trabalho para os pais e de estudo para os filhos, sem folgas e visitas, tudo virtual, sendo que até as horas de lazer foram cortadas. Os avós conferem o crescimento dos netos pelo zap e em fotos enviadas pelo celular, nada de abraços e beijos. Como fica a nossa saúde mental com a pandemia? Conversei com a psicóloga Miriam Cruvinel para sanar dúvidas que todos temos nesse momento. Mestre e doutora pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), ela diz que da mesma forma que a doença é nova para os médicos, também os psicólogos estão aprendendo a lidar com a situação, dia após dia, por isso não tem como prever como será daqui pra frente. No momento, o que dá pra fazer é manter uma rotina de hábitos saudáveis e procurar ajuda quando o fardo fica pesado demais. Dado importante: pesquisa mostra que as mulheres foram mais afetadas do que os homens.

Hora Campinas – O que fazer para manter a saúde mental em tempos de isolamento social?

Miriam Cruvinel – Estabelecer uma rotina de hábitos saudáveis é fundamental. Dentro do possível, manter horários semelhantes ao anteriores, como os de sono, de alimentação e de exercícios físicos. É importante também intercalar atividades de trabalho com atividades prazerosas, mesmo dentro da própria casa. Afinal de contas, nossa casa deveria ser nosso ambiente seguro, de aconchego e de prazer. Adotar estratégias de enfrentamento mais adequadas e funcionais faz toda diferença para manter a saúde mental.

Tudo muda com a pandemia e até as regras de etiqueta serão novas. Por exemplo: você é encontrado 24 horas por dia na sua casa. O telefone toca e sua voz não basta, pois quem liga quer ver a sua fisionomia. Como fica a invasão de privacidade?

Aqui vale o bom senso de cada pessoa no sentido de respeitar limites, incluindo o horário do outro. Tenho visto inúmeras queixas de pacientes que trabalham remotamente. Situações em que o líder ou colegas de trabalho ligam ou mandam mensagens nos finais de semana ou de madrugada, fora do horário de trabalho. Impor limites nessas situações é essencial para manter o equilíbrio emocional.

Sufocar o luto, dizer adeus sem um último beijo, assistir a missa de sétimo dia pelo celular, não abraçar os amigos nesse momento de tanta dor. Como ficaremos após tantas despedidas solitárias?

Rituais de despedida como dizer adeus ou ir a uma missa são importantes no processo natural de luto. Servem para marcar o momento da passagem e tornam concreta a ideia da morte. Não vivenciar essas situações dessa maneira pode contribuir para o que chamamos de luto complicado. O luto nada mais é que uma reação, muito particular e individual, diante da perda de uma pessoa querida. Atualmente, vivemos muitas perdas, não podemos nos encontrar com os amigos e familiares, alguns perderam seus empregos, outros seus familiares, as crianças perderam suas rotinas no colégio, a convivência com os amigos, enfim, podemos listar inúmeras perdas durante a pandemia. Sem dúvida, essas experiências podem trazer consequências para nosso funcionamento psicológico. Para aqueles mais vulneráveis emocionalmente, essa experiência é ainda pior, mais intensa e dolorosa. Como ficaremos após tantas despedidas incompletas ainda não sabemos. É cedo para saber os efeitos emocionais dessas experiências. O que se sabe é que uma mudança nos rituais de despedida pode alterar o processo de elaboração do luto.

As pessoas se afastaram fisicamente dos seus entes queridos e até os namorados optaram por relacionamentos virtuais nessa fase de isolamento social. Vamos nos acostumar com o distanciamento?

É muito difícil falar de como será o futuro após a pandemia. Tudo é muito novo. Assim como a doença é nova para a medicina, também é nova para a psicologia, o que torna mais difícil qualquer previsão do futuro. O que se sabe é que a nova rotina que adotamos em função da pandemia altera a maneira como nos relacionamos com as pessoas. Não poder encontrar amigos, familiares e outras pessoas nos faz valorizar esses encontros e essas relações, deixando claro a importância que tem em nossas vidas. Por outro lado, a convivência excessiva, ficar o tempo todo com a família em casa, muitas vezes com pouco espaço e com pouca privacidade, pode acentuar alguns problemas pré-existentes e contribuir para dificuldades e conflitos familiares.

Miriam Cruvinel, mestre e doutora pela Unicamp: “Assim como a doença é nova para a medicina, também é nova para a psicologia, o que torna mais difícil qualquer previsão do futuro” – Foto: Álbum pessoal

Nada melhor que voltar para casa depois de um dia exaustivo de trabalho. Com a pandemia, a casa se tornou também local de trabalho e estudo. O outro se torna virtual o tempo todo. Como fica isso na cabeça do trabalhador e do estudante?

Toda situação nova exige de nós um comportamento adaptativo. Há aqueles que são capazes de se adaptar mais rapidamente. A pandemia impõe uma série de novas situações e nossa adaptação diante disso terá uma forte influência em nosso bem-estar e saúde mental. Além disso, vejo que outra dificuldade pode ser vista na maneira como essa transição aconteceu. A transição do trabalho presencial para o trabalho remoto se deu de forma muito brusca, sem que as pessoas pudessem ter tempo para se organizar e sem um treinamento anterior. Essa urgência exige de nós muita reorganização e adaptação. Outro aspecto que merece destaque é que, para muitos, houve uma mudança de rotina, em especial para as mulheres, que além do seu trabalho, precisam acompanhar seus filhos nas aulas on-line e cuidar das tarefas domésticas. Algumas conseguiram usar seu tempo de forma mais eficiente para dar conta de tantas atividades e manter sua produtividade. Conseguiram agir de maneira mais flexiva em sua rotina e com menos cobrança.

E o que acontece com quem não consegue ser flexível?

É necessário alinhar as expectativas diante da nova situação. Aqueles que não conseguem ser mais flexíveis na condução de suas tarefas, que não conseguem se adaptar ao novo e acabam tendo expectativas de produtividade semelhantes ao seu trabalho presencial, têm grande chance de enfrentar altos níveis de estresse e sofrimento psíquico.

Podemos produzir sofrimentos psíquicos para além do suportável? Acha que as pessoas já estão buscando ajuda ou estão esperando a situação se acalmar?

Em 2020, o Instituto de Psiquiatria da USP conduziu um estudo com três mil brasileiros, entre homens e mulheres, com o objetivo de investigar o impacto da pandemia na saúde mental e no comportamento dos brasileiros. Nesse estudo, constatou-se que um grande número de pessoas apresentou sintomas de depressão, ansiedade e estresse. Notou-se que as mulheres foram as mais afetadas pela pandemia, com mais sintomas de depressão e ansiedade. O estudo apontou também para o fato de que algumas pessoas tendem a usar estratégias de enfrentamento desadaptativas. Para lidar com situações difíceis acabam recorrendo ao consumo de bebidas, de drogas ou de medicamentos. (https://jornal.usp.br/ciencias/mulheres-foram-mais-afetadas-emocionalmente-pela-pandemia)

A senhora confirma esses dados no consultório?

Sim. Entre 2020 e início de 2021, vejo que um número maior de mulheres tem procurado por ajuda psicológica. E, de fato, muitas relatam a dificuldade de se organizar diante de tantas tarefas diárias. Apresentam altos níveis de estresse e ansiedade, muitas vezes se veem sozinhas, sem o apoio do cônjuge.

 

Janete Trevisani é jornalista – janetetrevisani@gmail.com

Tags: colunistasHora CampinasJanete TrevisaniMiriam Cruvinelpsicologiasaúde emocional
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