Gosto de escrever sobre criatividade. Você já deve ter percebido. Recentemente, aqui no Hora Campinas, compartilhei com você um artigo sobre o tema [Tem vaga para a criatividade], onde destaquei o fato de que ser criativo não é um dom, mas uma habilidade instalada desde que nascemos.
Mesmo sendo algo “natural”, em alguns momentos, nos deparamos com o bloqueio criativo e criar algo se torna muito, muito difícil.
Dizem por aí que a criatividade é a inteligência se divertindo.
Quando estamos imersos em um processo de criação, fazemos trocas rápidas entre um conceito e outro, buscando a harmonia que consiste em achar uma solução original e, ao mesmo tempo, realizável para determinado desafio.
Por isso, manter o nosso cérebro criativo, sem os temíveis “apagões”, requer alguns comportamentos. Tome nota:
#1. Situações e ambientes
Pare e tente lembrar as situações em que você mais experimentou novas ideias. Quais elementos, horários, situações, pessoas, locais e atividades deixam seu cérebro mais disposto a criar?
Se ser criativo faz parte do seu “ganha-pão”, o ambiente de trabalho também precisa ser estimulante: cores, odores, temperatura, iluminação – enfim, tudo pode te ajudar.
#2. Bem-vindo ao mundo real
O mundo tem muito mais a oferecer do que o que você vê pela tela do seu computador ou celular. A simples observação da vida, dos ambientes, das relações entre as pessoas pode te apresentar uma riqueza muito grande de insumos que irão facilitar o seu processo criativo.
Por isso, as pausas durante o trabalho são importantes. Mesmo que por alguns minutos, tente desapegar dos meios tecnológicos e apenas observar.
#3. Senso, nem sempre, comum
Dizem que pessoas criativas têm um certo problema com o “senso comum” e, por isso, estão sempre buscando alternativas originais para resolver diferentes situações.
Não é toda hora que a correria do dia a dia permite, tampouco os prazos, mas aquele tempo de maturação de uma ideia colocada no papel [ou no Word, Power Point, Illustrator, Excel e outros] é muito importante. Quando existe a possibilidade de revisar um trabalho antes de entregá-lo, é possível detectar erros, inconsistências e, até mesmo, trazer mais clareza para o conteúdo.
#4. Seja criativo como um artista
A sua régua de exigência deve ser elevada. Nutra sua criatividade com coisas que possam te inspirar: livros, músicas, artes, fotos, filmes, pinturas e o que mais te despertar interesse.
Por favor, esqueça as redes sociais neste momento [explico o motivo no item 7, relaxa]. Use a criatividade dos outros como um estimulante para a sua.
#5. Exercite suas habilidades e permita-se ao ócio
A vida é mais do que trabalho. Entregue-se à um hobby ou esporte que você goste de praticar, por exemplo. Qualquer tipo de aprendizado será importante para futuras ideias.
Não menospreze a importância do descanso, das férias, dos feriados e fins de semana. Pausas e momentos de ócio são tão importantes quanto os períodos em que estamos trabalhando.
#6. Aprendizado nunca é demais
Num mundo volátil como o de hoje, o conhecimento tem prazo de validade. Curto, eu diria. Por isso, manter-se em constante processo de aprendizado faz com que a sua criatividade se sintonize com o que há de mais novo no segmento em que você atua.
#7. Saia da bolha
As redes sociais compartimentalizaram as opiniões. É muito mais confortável manter-se no aconchego de seu ponto de vista e nos braços do seu círculo de amizades do que se expor ao desconhecido.
Como ser criativo fazendo sempre as mesmas coisas? Então.
Atribua pequenos desafios diários na sua rotina: mude o caminho na volta para casa, puxe conversa com um vizinho diferente, pinte um quadro – a ideia é estourar essa bolha e se divertir com tudo isso.
#8. Multiplicidade de perspectivas
A criatividade precisa de inputs variados, ricos e, às vezes, desconexos para apresentar sua melhor performance. É preciso fugir da tentação de consumir sempre as mesmas coisas. São as experiências que não fazem parte do nosso habitual que mais transformam o nosso modo de pensar.
Permita-se viver o novo.
Flávio Benetti é professor, palestrante, publicitário e especialista em Comunicação interna e endomarketing. Considera-se um cara apaixonado pela vida, curioso por natureza, fã de tecnologia, design e fotografia