O Dia Nacional da Televisão é comemorado neste sábado (18), em alusão à data de inauguração da primeira emissora brasileira a operar no país. Idealizada pelo jornalista Assis Chateubriand, a TV Tupi realizou a primeira transmissão unindo som e imagem, em preto e branco, no dia 18 de setembro de 1950, portanto há 71 anos, em São Paulo.
Extinta em 18 de julho de 1980, quase exatamente 30 anos após entrar no ar pela primeira vez, a TV Tupi escreveu o seu nome para sempre na história da televisão brasileira. Com a marca do pioneirismo, a emissora exibiu a primeira telenovela do Brasil, entre outras realizações precursoras.
A TV Tupi, que à época operava no canal 3 de São Paulo, foi inaugurada em 1950 pelo jornalista e empresário Assis Chateubriand. A emissora perdurou até 1980.
Escrita e dirigida pelo ator campineiro Wálter Forster, a primeira novela da história da televisão brasileira completa 70 anos de sua exibição de estreia em 2021. Com um elenco formado pelo próprio diretor como galã protagonista, além de outros atores como Vida Alves, Lima Duarte e Lia de Aguiar, “Sua Vida Me Pertence” entrou no ar no dia 21 de dezembro de 1951, pela antiga TV Tupi.
Ao todo, foram 15 capítulos de cerca de 20 minutos, gravados ao vivo, duas vezes por semana, às 20h. O último capítulo de “Sua Vida Me Pertence”, transmitido no dia 8 de fevereiro de 1952, registrou o primeiro beijo da televisão brasileira, protagonizado por Wálter Forster e Vida Alves.
Ao longo de sua trajetória na TV Tupi, que começou com “Sua Vida Me Pertence”, Wálter Forster também participou de outras sete novelas: “Beto Rockfeller” (1968), Super Plá (1969), “As Bruxas” (1970), “Vitória Bonelli” (1972), “Ídolo de Pano” (1974), “O Profeta” (1977) e “Como Salvar Meu Casamento” (1979).
Nascido em Campinas, no dia 23 de março de 1917, Walter Forster faleceu em 3 de setembro de 1996, aos 79 anos, vítima de um ataque cardíaco, em São Paulo.
Na TV Globo, Forster estrelou a novela “Paixão de Outono” (1965), além das minisséries “Avenida Paulista” (1982) e “Memórias de um Gigolô” (1986). Ele também trabalhou em produções das TVs Excelsior, Manchete, Cultura, Bandeirantes e SBT. No cinema, foram mais de 20 filmes, sendo o primeiro deles em 1949: “Luar do Sertão”.
Do rádio campineiro às telenovelas da Tupi
Nascido em Campinas, no dia 22 de maio de 1952, o ex-ator de novela Luiz Antonio Piva começou a carreira no rádio, em 1969, e entrou para o meio da televisão em 1974, aos 22 anos, após se formar em teatro na Academia de Artes Odette Motta Raia, em Campinas. A escola pertencia à mãe da atriz Cláudia Raia, que inclusive nasceu na cidade.
“Meus professores de teledramaturgia eram os campineiros Wálter Forster e Carlos Zara, que me apadrinharam na televisão. Logo que me formei, o Zara me levou para fazer ponta em uma novela na TV Tupi. Foi praticamente um teste no ar para eu me habituar com televisão, pois existe uma diferença radical entre TV e teatro. Porém, como ele já me conhecia, sabia que eu daria conta do recado e mostraria competência”, conta Piva.
Dito e feito. A carreira como ator de televisão durou cerca de 10 anos, mesmo sem nunca abandonar o programa radiofônico “A Grande Parada”, onde se mantém no ar como apresentador há 52 anos sem interrupção, primeiramente na Rádio Educadora (atual Bandeirantes), de 1969 a 1980, e desde então até hoje na Rádio Brasil Campinas.
Ao longo de uma década, Luiz Antonio Piva atuou em nove novelas da TV Tupi, entre 1974 e 1979, e duas da TV Bandeirantes, em 1982 e 1983. Ele também trabalhou em uma novela da TVS Rio, embriã do SBT, em 1978, além de participações pontuais em três minisséries da Rede Globo, em 1980. “Eu fiz bons trabalhos na televisão”, orgulha-se Piva.
Atualmente com 69 anos, morando em Campinas, Luiz Antonio Piva guarda com bastante carinho na memória o convívio e as cenas que dividiu com grandes ícones da teledramaturgia brasileira, como Eva Wilma, Tony Ramos, Laura Cardoso, Paulo Goulart, Nicette Bruno, Marco Nanini, Nair Bello e Rubens de Falco.
Apesar de tantos nomes de peso, Piva não hesita em afirmar que os dois melhores atores com quem contracenou foram Jonas Mello e Rodolfo Mayer, ambos já falecidos. Mello morreu recentemente, em novembro do ano passado, aos 83 anos.
Quanto às maiores atrizes que já conheceu, o ex-intérprete campineiro decreta empate triplo entre Nicette Bruno, Joana Fomm e Laura Cardoso. “A Laura não tem talento, tem mediunidade. É um negócio impressionante. Estou louco para viajar ao Rio de Janeiro e encontrá-la, ela está bem velhinha. Falando nisso, fiquei ensaiando visitar a Nicette nesses últimos anos, mas acabei não indo e ela morreu”, lamenta Piva.
“Eu tinha amizade com o Tony Ramos, mas ele era uma pessoa mais reservada. Não que esnobasse, ele só era mais quieto. Eu já gostava mais de falar, brincar e contar piada. Quem estava sempre do meu lado era Laura Cardoso, Nicette Bruno, Paulo Goulart, Jonas Mello, Joana Fomm e Adriano Reys. Essa era a minha turma mais íntima de conversar com liberdade. A Laura, por exemplo, rachava de rir quando eu contava alguma piada com palavrão. Quando não tinha palavrão, ela dizia que não tinha valido”, diverte-se Piva ao relembrar.
Nicette Bruno faleceu no dia 20 de dezembro de 2020, vítima de Covid-19, aos 87 anos. Já Laura Cardoso chegou aos 94 anos na última segunda-feira (13). Joana Fomm, por sua vez, completou 82 anos na terça (14).
Estreia com a estrela Eva Wilma
A estreia de Luiz Antonio Piva como ator de televisão aconteceu na novela “A Barba Azul”, exibida pela TV Tupi entre julho de 1974 e fevereiro de 1975. A atração era estrelada pela atriz Eva Wilma, à época com 30 anos – Eva faleceu no último dia 15 de maio, aos 87 anos, vítima de complicações de um câncer.
“Eva Wilma, a quem chamávamos carinhosamente de Vivinha, era casada justamente com o Carlos Zara. Na época, ela já era uma estrela, uma deusa da televisão, mas me tratou muito bem. Quando eu cheguei no Guarujá para gravar uma cena externa no Horto Florestal, ela estava dentro de um Ford Landau azul marinho, com capota preta. O Zara, então, me apresentou a ela. Eu gravei apenas três capítulos e fiquei uma semana no ar, mas o meu ‘bife’ (leia texto) era grande. Na sequência, já assinei contrato para a minha próxima novela”, relembra Piva.
No dia 2 dezembro de 1974, em meio às gravações de “A Barba Azul”, onde interpretava uma personagem chamada Zazá, a atriz e comediante Rachel Martins faleceu aos 62 anos, em decorrência de um tumor. Rachel era bastante conhecida pelo papel de Vovó Romena no programa humorístico “A Praça da Alegria”, em 1957.
Assim, entre setembro de 1974 e maio de 1975, Luiz Antonio Piva atuou na novela “Ídolo de Pano”, cujo elenco também era formado por grandes atores como Tony Ramos, Dennis Carvalho e Laura Cardoso. “Foi a minha primeira grande novela e fiquei um ano no ar”, afirma Piva, com orgulho.
Sábios ensinamentos de Lima Duarte
Em um dos intervalos de gravação durante a época de “Ídolo de Pano”, Luiz Antonio Piva teve o privilégio de conhecer o ator Lima Duarte, à época na casa dos 40 anos, hoje com 91. O encontro aconteceu nas proximidades do prédio onde ficavam os estúdios da TV Tupi, no alto do bairro Sumaré, na Zona Oeste de São Paulo – atualmente, o local é a sede do canal esportivo ESPN Brasil.
“Essa é uma passagem interessante, quase uma história à parte. Nunca contracenei com o Lima Duarte, mas, acredite se quiser, ele estava sempre lendo gibi dentro da banca de jornal que ficava bem na frente da padaria Sumaré, na esquina da Avenida Dr. Arnaldo com a Alfonso Bovero. Eu gostava muito de comer um sanduíche de salame que tinha lá. Um dia, eu estava na padaria e o Tony Ramos, que tinha liberdade com o Lima, me apresentou a ele”, detalha Piva.
Em seguida, ocorreu o seguinte diálogo, de acordo com Piva:
– Muito prazer, “seo” Lima…
– Como é seu nome, garoto?
– É Piva, sou de Campinas…
– Eu sei, eu vi o seu jeitinho de viado.
– Sabe o que acontece, “seo” Lima, eu estou fazendo a novela “Ídolo de Pano”….
– Eu sei, estou assistindo.
– O que você está achando?
– Você é radialista, né, filho?
– Sou sim, senhor. Como é que sabe?
– Porra, porque quando você fala, parece que está narrando uma partida de futebol. Tenha mais calma. Ou alguém está te obrigando a dar o texto com tempo limitado?
– Não, senhor!
– Então interprete mais, respire com calma, dê mais tempo. Eu também fui radialista e comecei assim que nem você. De resto, você tem talento e dá conta do recado!
Gozação à parte, as palavras de Lima Duarte serviram como importante conselho e grande incentivo para Luiz Antonio Piva, que ainda vivia o início da transição de linguagem do rádio para a televisão. “A partir daquele dia, sempre quando eu passava perto da banca de jornal, perguntava o que ele tinha achado das minhas cenas. Foi assim que eu peguei amizade com o Lima. Ele odiava que eu o chamava de ‘seo’ Lima, mas nunca consegui chamá-lo somente pelo nome”, revela Piva.
Em uma dessas outras trombadas com Lima Duarte, Luiz Antonio Piva queixou-se de que havia sido escalado para uma participação pequena demais na novela “A Viagem”, exibida pela TV Tupi entre outubro de 1975 e março de 1976. “Eu estava vindo de um baita personagem em ‘Ídolo de Pano’, quando o Carlos Zara avisou que eu faria só três capítulos de ‘A Viagem’. As cenas seriam dentro de um caminhão numa estrada no Paraná. Dentro da minha ignorância da época, eu pensava que estava sendo rebaixado, mas na verdade estava errado em medir pela quantidade de cenas”, reflete Piva.
Diante da reclamação, Lima Duarte olhou bem fundo dos olhos do então aprendiz e advertiu: “Escuta garoto, presta atenção. Eu já fiz uma novela em que apareci somente no capítulo de encerramento, você é melhor do que eu? Não importa a quantidade, mas a importância da fala”. Desde então, a sábia frase nunca mais saiu da cabeça de Piva, que aprendeu a não desprezar nenhum trabalho.
Além da rápida atuação em “A Viagem”, Luiz Antonio Piva também acumulou participações curtas, mas não menos importantes, nas novelas “Um dia, o Amor” e “Canção para Isabel”, exibidas pela TV Tupi entre 1975 e 1976.
Carinho especial pela família de Nicette Bruno
Após dar vida a personagens menores, Luiz Antonio Piva voltou a ganhar um papel maior de destaque em “Papai Coração”, exibida pela TV Tupi entre abril de 1976 e janeiro de 1977. “A estrela da novela era a personagem Titina, interpretada pela atriz Narjara Turetta, que tinha apenas 9 anos na época e depois foi para a Globo“, destaca Piva.
“A Nicette foi a maior amiga da minha vida, era uma irmã querida. Eu também amava o Paulo Goulart. Tenho muito carinho por eles e me sentia parte da família. Marco Nanini era outro verdadeiro irmão”, exalta Piva.
Durante o período em que gravou “Papai Coração”, o ator campineiro criou um forte laço de amizade com o casal Nicette Bruno e Paulo Goulart. Os dois compunham o elenco da novela, ao lado das filhas Bárbara Bruno e Beth Goulart, então jovens adolescentes, e do caçula Paulo Goulart Filho, que tinha apenas 11 anos. “Ele era pequenininho e fazia o papel de um engraxate”, recorda-se Piva.
Laboratório para “virar” delegado
Com seu indefectível bigode e feição séria, Luiz Antonio Piva interpretou papéis de delegado em sete das nove novelas em que trabalhou na TV Tupi. “Na década de 70, a Tupi trabalhava com característica de personagem. O Tony Ramos era sempre o mocinho e o Denis Carvalho o vilão vagabundo, por exemplo. No meu caso, eles achavam que a minha cara condizia com delegado. Às vezes, eu estava no meio de um papel e eles tinham que me tirar do ar, até matando o meu personagem na trama, se fosse necessário, só para eu fazer o delegado de outra novela”, conta Piva.
“Eu fazia laboratório com o Dr. Jonatas Sanches, do 1º Distrito Policial de Campinas, na Avenida Andrade Neves. Eu ia direto lá e ele me ensinava como se comportar como delegado. Eu tentava pegar o modo de falar e outros trejeitos dele, até o paletó jogado na cadeira, para repetir na frente das câmeras. Jonatas ainda está vivo, inclusive é meu vizinho”, pontua Piva.
As séries policiais americanas que passavam na televisão também serviam como escola para Piva, especialmente “Columbo”, cujo protagonista era um detetive homônimo interpretado pelo ator Peter Falk, cego de um olho. “Eu era apaixonado por ele e o imitava perfeitamente. Vestia até aqueles típicos sobretudos de pano que o americano usa bastante”, ressalta Piva, cujos personagens mais marcantes na TV Tupi foram na pele do investigador Celso Ramos, em “Um Sol Maior”, e o delegado Tomazelli, em “Salário Mínimo”.
Exibida entre maio e outubro de 1977, “Um Sol Maior” tinha Jonas Mello e Rodolfo Mayer, os dois atores preferidos de Piva, além de Marco Nanini e Sandra Barsotti. Já “Salário Mínimo”, veiculada entre setembro de 1978 e março de 1979, contava com um elenco estrelado formado por Nicette Bruno, Lilian Lemmertz, Edney Giovenazzi, Ety Fraser e Hélio Souto – que tinha feito “A moça que veio de longe” (1964), primeira telenovela brasileira diária de grande sucesso, com Rosamaria Murtinho, na TV Excelsior. “Hélio foi um dos maiores galãs da televisão brasileira”, aponta Piva.
Curiosamente, Luiz Antonio Piva também chegou a interpretar personagens com o seu próprio nome. Fez o delegado Antonio, em “Ídolo de Pano”, e o delegado Piva em “João Brasileiro, o Bom Baiano”, onde entrou na metade da novela e o personagem ainda estava sem nome. “Quem escreveu e dirigiu ‘Bom Baiano’ foi o maior autor de novelas da Tupi, Geraldo Vietri. Ele virou para mim e perguntou qual era o meu nome. Respondi ‘Piva’ e ele adorou. Eu nunca tinha visto o ator dar nome ao personagem”, afirma Piva, que também entrou no decorrer da novela “Papai Coração”, onde foi coprotagonista como delegado Eugênio.
Transmitida entre janeiro e setembro de 1978, “João Brasileiro, o Bom Baiano” contava com a atriz e humorista Nair Bello, além de Jonas Mello e Márcia Maria. “Márcia era uma deusa e Nair era prima em segundo grau da minha esposa Celeste”, relata Piva.
“Recentemente, escrevi para a Cinemateca Brasileira, que guarda a memória da televisão no País. Pedi para que meu nome fosse incluído na abertura de algumas novelas. Das nove em que trabalhei na Tupi, umas três ou quatro não constavam a minha participação porque eu tinha entrado no meio, mas eram personagens importantes e fortíssimos. Eles me agradeceram por ajudar na preservação da história e atualizaram as aberturas”, celebra Piva, que há cerca de três meses recebeu o arquivo de “Salário Mínimo”, na íntegra. “A Cinemateca me mandou a novela inteira, eu chorava que nem criança”, confidencia Piva.
Além do papel habitual e recorrente de delegado, Luiz Antonio Piva atuou ainda como médico, o que ocorreu em “Um dia, o Amor”, por exemplo. “Mesmo sendo participação de apenas uma semana, o personagem falava que nem papagaio, então precisava ser um ator profissional, e não um médico de verdade”, justifica.
Despedida ao lado de Rubens de Falco
Com o encerramento definitivo das atividades da TV Tupi, em 1980, Luiz Antonio Piva foi contratado pela TV Bandeirantes para atuar na novela “Campeão”, que foi ao ar entre dezembro de 1982 e maio de 1983. Ele assumiu o papel de um advogado que se chamava Moreira. “Esse foi o maior personagem que fiz na minha vida”, aponta Piva, que dividiu os holofotes com o ator Rubens de Falco, um dos maiores vilões da história da teledramaturgia brasileira, com participação icônica em “Escrava Isaura”, da Rede Globo, em 1976.
Como não poderia ser diferente, Rubens de Falco também protagonizou um vilão em “Campeão”, comparsa do personagem de Luiz Antônio Piva. “Ele fazia um advogado de porta de cadeia chamado Jorge, que era corrupto e vagabundo. Nós éramos dois sacanas odiados pelo público tentando roubar a fortuna da família”, descreve Piva.
“Rubens de Falco era um ator internacional, estrela da Globo. Ele não podia andar na rua em alguns países da Europa porque a ‘Escrava Isaura’ tinha passado na Itália, na França e em Portugal. Rubens era mais famoso lá do que aqui no Brasil. Certa vez, ele me pediu para adiantar 10 capítulos porque precisava viajar para relançar a novela da Globo na China e no Japão”, recorda-se Piva.
“Infelizmente a TV Tupi fechou e migrei para a TVS Rio, do Silvio Santos, em 1978. Ainda não havia o SBT, que é oficialmente de 1981. Eu atuei numa novela bem descontraída chamada “Solar Paraíso”, com Maria Aparecida Báxter e elenco maravilhoso, todos vindos da Tupi. Gravei na Vila Guilherme, em São Paulo. Depois, em 1980, me mudei para a Globo, onde fiz as minisséries “Carga Pesada”, “Plantão de Polícia” e “Malu Mulher”, um episódio de cada uma. Não tolerei o Rio de Janeiro e voltei correndo para São Paulo, onde terminei a carreira em duas novelas com Rubens de Falco, na Bandeirantes”, narra Piva.
Novamente ao lado de Rubens de Falco na Bandeirantes, a atuação em “Maçã do Amor”, em 1983, marcou a despedida definitiva de Luiz Antonio Piva como ator de novela. Ele até continuou na televisão, mas como jornalista da TV Manchete, fundada em 1983 e extinta em 1999. “Eu desisti da teledramaturgia por causa do jornalismo da TV Manchete, onde eu me dediquei bastante, apresentei telejornal e me dava muito bem com a direção. Eu me arrependi de não voltar para a televisão, mas chega a idade e você perde a velocidade, a paixão nunca”, revela Piva, que também trabalhou na TV Século 21, em Valinhos, estendendo ainda mais a sua relação com a telinha.
Bailes com a “eterna” Miss Campinas
Ao longo de sua trajetória como ator de novela, Luiz Antonio Piva participou de dezenas de bailes de debutantes, mas um deles em especial marcou para sempre a sua vida. Em 1974, quando atuava em “Ídolo de Pano”, foi convidado para um baile histórico no Clube Semanal de Cultura Artística, no Centro de Campinas, com a presença de 57 debutantes. “Normalmente eram 20. Como era um sobrado de dois andares, tivemos que fazer em duas etapas: das dez à meia-noite no andar de baixo e da meia noite às duas da manhã na parte de cima. Ganhamos cachê dobrado”, relembra Piva.
“Os bailes eram o nosso forte e cada um deles dava três meses de salário da TV Tupi”, revela Piva.
Para abrilhantar ainda mais o baile, houve a participação de Andiara Carneiro de Mendonça, conhecida como a “eterna Miss Campinas”. “Para mim, foi o momento mais lindo da minha vida. Andiara era Miss Campinas, Miss São Paulo e só não se tornou Miss Brasil porque o pai dela não permitiu que ela participasse do concurso por ciúme. Foi uma das mulheres mais lindas que já vi na minha vida. Era mais bonita que Vera Fischer”, declara Piva, que chegou a viajar com Andiara para realizar outros bailes. Ela morreu no dia 22 de janeiro de 2012, vítima de câncer.