A esperada desocupação pacífica do acampamento em frente à Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEX), em Campinas, não se concretizou. A Polícia Militar, na manhã desta segunda-feira (9), avisou os poucos manifestantes que permanecem no local sobre o cumprimento da decisão da ordem judicial do Supremo Tribunal Federal (STF) de desmonte dos acampamentos golpistas pelo Brasil. À reportagem do Hora Campinas, PMs que acompanhavam os golpistas à distância disseram que a ordem seria cumprida. Porém, até as 18h desta segunda-feira, a situação continuou a mesma .
A Avenida Papa Pio XII, que pela manhã estava aberta ao trânsito, apesar dos golpistas posicionados nos dois sentidos da via para intimidar motoristas, voltou a ser fechada perto da hora do almoço com barricadas duplas de madeira. Uma faixa esticada em frente à primeira barricada trazia os dizeres “Coisas ruins acontecem se pessoas de bem nada fizerem”.
O vereador Gustavo Petta registrou, às 15h30 desta segunda-feira, o bloqueio na via sentido Centro-bairro. Pela manhã, manifestantes ameaçaram e intimidaram quatro profissionais de imprensa que faziam a cobertura da desocupação. Durante todo o dia, viaturas da Polícia Militar permaneceram a pelo menos 200 metros de distância do acampamento, no balão da Praça Tiro de Guerra e próximo à capela da Escola de Cadetes, sem intervir.
No final da tarde, a via foi aberta ao trânsito nos dois sentidos, mas algumas tendas continuam montadas em frente ao portão da Escola de Cadetes. O canteiro central segue ocupado por objetos que servem para bloquear a avenida e por algumas barracas de acampamento. Um sentido da Avenida Coronel Amâncio Bueno, que termina na Avenida Papa Pio XII, foi liberado, mas o outro continua bloqueado pelas tendas.
Poucos manifestantes permaneceram no local ao longo do dia, mas o suficiente para intimidar motoristas que transitaram pela via (veja o Vídeo da Hora).
A ordem de desocupação veio logo depois dos ataques terroristas de domingo (8), em Brasília. Manifestantes antidemocráticos invadiram e vandalizaram os prédios do Congresso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto. Em seguida, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou que os acampamentos em frente a quartéis do Exército, de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que questionam os resultados das eleições, fossem desmobilizados.
Nesta manhã, o secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, disse que os acampamentos golpistas no estado serão desmontados sem uso da força. “A gente vai, através do diálogo, informar para os manifestantes que existe uma ordem judicial de desmobilização dos acampamentos. Nós temos 24 horas para que essa ordem judicial seja cumprida, e ela será cumprida com a maior tranquilidade possível”, disse.
As 24 horas citadas pelo secretário se encerram na manhã desta terça-feira (10). A Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) foi procurada sobre a não colaboração dos manifestantes para desmonte do acampamento, mas ainda não retornou