Conversava com uma amiga sobre os desafios da vida, principalmente os que ela estava enfrentando, e ela disse, com muita lucidez, que mesmo não reconhecendo estar passando por um bom momento, ela não se culpava; muito menos se martirizava ou se vitimizava por decisões de outrora. Penso que, a partir do que ela me colocou em nossa conversa, nós sempre tomamos decisões com o que temos de melhor naquele momento, sempre esbarrando em nossos limites, portanto eu sinceramente não enxergo motivos para arrependimentos.
A vida flui e não somos obrigados a sermos as mesmas pessoas que fomos ontem, com as mesmas vontades, mesmos objetivos e mesmos interesses, a vida é dinâmica. É sobre esse dinamismo que iremos abordar hoje em nossa reflexão, peço que não me abandone nesse intento.
Segundo o dicionário, o conceito de dinamismo advém da palavra ‘dinâmico’, do grego ‘dynamis’ que quer dizer: força. Ele é entendido como: relativo ao movimento, que se modifica continuamente, que evolui; que pressupõe movimento, mudança. Tais definições me fazem lembrar a filosofia de Heráclito, pensador que viveu antes de Cristo, segundo ele: “Não é impossível adentrarmos duas vezes no mesmo rio, uma porque o rio flui, se movimenta e não é mais o mesmo que entramos a pouco e duas; porque assim como o rio nós também não somos mais o mesmo que entrou a pouco no rio, nós também sofremos alterações, sutis ou significativas…”. O antônimo, ou seja, o oposto de dinamismo seria algo como a inércia, o estático, a desídia…
Voltemos ao dinamismo, pois bem, sem ele tudo continua como está; principalmente o que mais nos interessa enquanto seres humanos sociáveis: nossos resultados! Trago novamente minha amiga citada no início desse texto, ela me disse que iniciou um novo estudo com o intuito de se aperfeiçoar ainda mais no ramo em que ela atua, tal conhecimento poderá ser um diferencial entre os seus concorrentes. Achei muito lúcido da parte dela, diria até que responsável.
Gosto muito da seguinte frase: “- Na vida ou você tem uma estratégia, ou faz parte de uma”, simples assim!
Adianta o que chorar o leite derramado? Abra mão do seu papel de vítima, nele você será apenas um coadjuvante na atuação da sua vida, assuma o papel de protagonista, e com ele ria, chore, se decepcione, pare, reflita, tente por outros meios, até você conseguir o que tanto quer. Lembro-me do grande Charles Chaplin: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos”.
Dinamismo implica em movimento, o pensador grego Heráclito considerava a partir da teoria do mobilismo que tudo está sempre em fluxo, a física explorou esse conceito em áreas como a engenharia e a cinemática, com grandes nomes como Galileu e Newton o qual destaco a sua primeira Lei, a da Inércia que diz o seguinte: “Todo corpo continua no estado de repouso ou de movimento retilíneo uniforme, a menos que seja obrigado a mudá-lo por forças a ele aplicadas.” A partir dessa Lei, reflita: o que lhe faria mudar? A fuga da dor ou a busca do prazer, do seu sonho? (mais prazer e menos dor, como queriam os estoicos na Grécia antiga).
Se você ficar parado, chorando, reclamando, de braços cruzados o que de diferente irá trazer para si? Quais resultados você terá não fazendo nada? E se você mudar um detalhe, uma ação, uma reação, ambientes que frequenta, relacionamentos pessoais e profissionais…
As chances de obter resultados diferentes e melhores aumentam? Certamente! Mas para que isso ocorra é preciso dinamismo da sua parte, pois a vida já é dinâmica, basta que você acompanhe seu movimento. Já dizia a escritora ucraniana Clarice Lispector: “O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda!”, portanto aproveite para fazer de 2021 um ano inesquecível por suas conquistas e experiências adquiridas. Um forte abraço.
Thiago Pontes é filósofo e neurolinguista (PNL)