Jorge Alves de Lima, advogado, historiador e escritor, é um dos principais memorialistas da cidade, com extensa obra sobre a trajetória de Campinas, especialmente, no período do final do século 19. Alves de Lima é presidente da Academia Campinense de Letras (ACL), um entusiasta da cultura e defensor de que Campinas seja um polo cultural, e se torne exemplo para todo o País.
O presidente da ACL tem uma grande pesquisa sobre o compositor campineiro Carlos Gomes e é reconhecido como o maior conhecedor contemporâneo da biografia do maestro, com volumes lançados e participação em entrevistas e documentário.
Alves de Lima lançou alguns volumes contando sobre a Campinas do passado, como era sua sociedade e como a febre amarela dizimou a população. “Acho importante contar essas histórias para essa geração que não conhece, mas principalmente para os administradores, para cuidarem melhor da cidade. Sempre digo que a história se repete”, diz.
Jorge afirma que quer trazer a Academia Campinense de Letras cada vez mais para perto da sociedade. “Desde que eu assumi a Academia, uma das minhas ideias iniciais foi trazer os alunos das escolas municipais da periferia. Em toda sessão solene eu trago 80 alunos da periferia e os professores para assistir. Cada um deles vai embora com uma sacola com quatro livros. Isso vem revolucionando, o retorno que temos sentido é muito grande”, diz.
Segundo o acadêmico, as ações da ACL têm tido repercussão. “O secretário nacional de Cultura, Rafael Nogueira, esteve aqui, ficou entusiasmado e falou que a Academia de Campinas é um exemplo para o Brasil, tanto que eu fui escolhido pelo governo federal para ser representante do Brasil no maior prêmio literário, que é o Luís de Camões, perante Portugal e os países africanos de língua portuguesa, em detrimento de muitos membros da Academia Brasileira de Letras (ABL) que queriam esse cargo. Tudo isso tem repercussão internacional”, afirma.
Jorge Alves de Lima acredita que Campinas pode fazer uma revolução cultural no país.
“Nós temos tudo na mão para fazer isso, só precisa força de vontade para realizar. Eu quero que nossa cidade seja a expoente da cultura no Brasil. Campinas como o centro do maior dinamismo cultural do Brasil. Nós temos o maior ícone do Brasil e do continente americano que é Antônio Carlos Gomes, patrimônio cultural da humanidade pela Unesco e pela ONU, Herói da Pátria, no mesmo patamar de Tiradentes, Dom Pedro I, Dom Pedro II, isso consta no Livro de Aço da Pátria, em Brasília”, explica.
Alves de Lima, que deixou sua terra natal, Joaquim Távora, no Paraná, rumo a Campinas, aos 17 anos, para morar com uma tia que tinha ficado viúva, nunca mais deixou a cidade. “Eu disse ao meu pai que viria para ficar apenas dois anos e depois iria para Curitiba, aonde foram todos os meus amigos do colégio interno. Mas me apaixonei por Campinas. Sou filho da cidade e nunca mais saí daqui. Toda minha vida está aqui”, diz emocionado.
O literato sonha alto, seu plano agora é viabilizar a construção de um teatro de ópera metropolitano.
“Nós estamos na quinta Região Administrativa de São Paulo que engloba mais 52 cidades, são 5 milhões de habitantes. Esse complexo seria construído com um shopping, restaurantes, hotel e o teatro no centro. Além da parte cultural, isso vai trazer negócios, turismo e gerar emprego”, avalia.
A intenção é que tudo seja construído pela iniciativa privada. Apenas o terreno seria doado pelo município ou pelo estado. “Além disso, para o futuro quero intensificar meu trabalho para as crianças. Vou fazer um livro para distribuir nas escolas, mas não posso falar agora”, finaliza.
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