O mercado imobiliário avançou positivamente em 2023, enfrentando os desafios proporcionados pela mudança do cenário político e oscilações econômicas.
O programa Minha Casa Minha Vida deu ao mercado imobiliário uma fase de oportunidades e crescimento, bem como números provocativos e promissores.
Interessante mencionar que a redução da taxa básica de juros foi importante para viabilizar o financiamento imobiliário.
Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), “O número de vendas de imóveis no Brasil cresceu 14,4% nos sete primeiros meses de 2023 em comparação ao mesmo período do ano passado.”
Segundo matéria divulgada no Portal “Investnews”, que entrevistou Ana Maria Castelo, do FGV-IBRE e Walter Franco, professor de economia no IBMEC-SP:
“O preço dos imóveis seguiu em alta ao longo de 2023, embora o avanço tenha perdido força frente ao ano anterior. Agora, com perspectiva de maior demanda pelos juros em queda, incorporadoras reduzindo lançamentos e custos de construção ainda elevados, especialistas acham difícil que 2024 seja um ano de recuo dos preços – e isso mesmo que as parcelas do financiamento caiam em algum momento, pelo efeito dos juros menores.
O número mais recente do Índice Geral do Mercado Imobiliário Residencial (IGMI-R ABECIP) mostra que os preços dos imóveis acumularam alta de mais de 5,7% em 2023 até o terceiro trimestre. Embora ainda subindo, os preços já mostram desaceleração. No mesmo período de 2022, o avanço era de mais de 10%.”
No mercado de locação, o desempenho foi forte e seguro, uma vez que, houve uma forte alta na procura para a locação residencial, o que deve permanecer no ano de 2024.
Mas, devemos refletir sobre o impacto da baixa do IGP-M no mercado de locação.
O IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado), calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas, sendo a base usada pelas imobiliárias para o reajuste anual dos contratos de aluguel, preservando o valor do aluguel frente às alterações na economia, estava em alta em 2021 e 2022, contudo, em 2023, a tendência foi de baixa.
O referido índice teve a variação acumulada, em 12 meses, negativa em 3,32%.
Mas, podemos observar que a locação residencial ficou mais cara:
“A Pesquisa de Valores de Locação Residencial do Secovi-SP registrou aumento de 12,0% no acumulado de janeiro de 2023 a dezembro de 2023.”
Este fenômeno deve-se a alta procura de imóveis para residência e a valorização dos bairros e condomínios.
Os condomínios verticais e horizontais são verdadeiros clubes, com piscina, parquinho, academia, salão de festas etc, sendo que tais benefícios elevam o valor da unidade e consequentemente, do aluguel.
Fontes:
https://secovi.com.br/pesquisa-mensal-de-locacao/
Renato Ferraz Sampaio Savy é advogado Imobiliário e Condominial. Mestre em Direitos Difusos e Coletivos. Professor Universitário. E-mail: [email protected] – Site: www.ferrazsampaio.adv.br